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“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” (Salmos 133:1-3)
O Salmo 133 na Maçonaria é o primeiro ensinamento que o Aprendiz recebe como base da vida maçônica: a união fraterna não é apenas um ideal, é uma lei espiritual. Ele recorda que o trabalho do Templo só é possível quando cada operário está em harmonia com os demais.
O óleo sobre a cabeça de Arão carrega três níveis de significado:
Cabeça – é o centro da razão. A unção purifica os pensamentos e orienta o Aprendiz a pensar de forma justa e reta.
Barba – é símbolo de maturidade e honra. A descida do óleo sobre a barba representa a sabedoria que flui da mente para a experiência.
Orla das vestes – representa o corpo e a ação. A consagração precisa alcançar também o agir, para que o Aprendiz viva o que aprendeu.
Esse movimento descendente do óleo ensina que a iniciação é um processo de cima para baixo: começa no plano mental e espiritual e se manifesta no mundo material. A mente é iluminada, o caráter é moldado e as ações tornam-se justas.
O orvalho de Hermom acrescenta uma dimensão de sutileza. Ele cai em silêncio, não faz alarde, mas dá vida à terra. Da mesma forma, o trabalho do Aprendiz é discreto e perseverante. Ele não busca glória externa, mas transformação interior. A cada golpe de maço e cinzel, algo se desprende de sua pedra bruta, e pouco a pouco sua alma se torna fértil para receber a luz.
Há também um simbolismo cósmico: o orvalho é a união do céu com a terra, um “casamento” entre o espiritual e o material. O Aprendiz, ao se unir aos Irmãos, torna-se elo vivo entre o ideal maçônico e sua prática no mundo.
Por fim, a promessa final do Salmo — “ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” — indica que a fraternidade não é apenas conveniência social, mas um caminho para a vida eterna, para a verdadeira imortalidade da obra que o Maçom ajuda a construir.
O Salmo 133 na Maçonaria, portanto, reforça que a fraternidade é a base sobre a qual o Templo interior é construído. A bênção divina é prometida àqueles que mantêm a harmonia.
A jornada do Aprendiz começa com a integração à comunidade iniciática. Sua missão é trabalhar a própria pedra bruta e transformar sua vida em instrumento de bênção, vivendo em união com os Irmãos e sob a luz do Grande Arquiteto do Universo.
Confira nossa publicação sobre o Grau 1 – Aprendiz Maçom:
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O estudo destas passagens nos convida a refletir sobre a espiritualidade, a moral e a jornada interior que a Maçonaria simboliza.
Mais conteúdos da Série: Passagens Bíblicas dos 33 Graus do REAA estão a caminho.
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Respostas de 4
Esse é um Trabalho que fiz com a minha interpretação.
A Constante Busca pelo Aperfeiçoamento
Abertura Livro da Lei Grau de Aprendiz
Estamos trilhando o caminho que prega uma Maçonaria mais unida, alegre, fraterna e sem vaidade. Percebemos, também, exemplos de que podemos fazer o melhor, ir mais longe, mesmo em tempos agitados, desde que haja resiliência, arrojo, criatividade e um inabalável espírito de luta.
“Salmo 133”
“Oh, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
Infinitas são as interpretações apresentadas na literatura maçônica sobre o Salmo 133 e uma que mais interessou vou descrever aos irmãos.
Em primeiro lugar, há que se registrar que essa não é a leitura original de Aprendiz no REAA, que adotava “João 1:1-5” e, geralmente, apenas em iniciações. Passou-se a adotar o Salmo 133 no Brasil após 1927, e de forma mais predominante entre as décadas de 40 e 50, por influência da Maçonaria Americana (Grandes Lojas) e Inglesa (Grande Oriente).
Para compreender o significado do Salmo, devemos conhecer os elementos que o compõe:
DAVI: Tem-se o Rei Davi como autor do Salmo 133. O Rei Davi era tido como o grande cantor dos cânticos de Israel e autor de vários Salmos.
ÓLEO: o óleo era utilizado na cerimônia de unção dos Reis e Sumos Sacerdotes. Esses eram ungidos com um óleo especial, o qual era derramado sobre suas cabeças, e dessa forma, eram considerados “purificados” e “sagrados” para exercer suas funções.
HERMON: montanha considerada sagrada pelos judeus e chamada pelos árabes de “montanha nevada”. Localizada ao Norte de Israel, marca a divisão geográfica entre Israel, Líbano e Síria. Pela sua altitude (mais de 2.800 metros), seu cume está sempre coberto de neve, o que gera um orvalho que literalmente “rega” toda a região ao seu redor, sendo por isso a região mais fértil de Israel.
MONTES DE SIÃO: ao contrário do que alguns possam pensar, Sião não é Hermon. Ambos os pontos são extremidades de Israel, sendo Hermon a extremidade Norte e Sião a extremidade Sul. Após Sião, o que se vê é o deserto.
AARÃO: irmão mais velho de Moisés e primeiro Sumo Sacerdote de Israel, através do qual se originou a linhagem de Sumos Sacerdotes. Aarão era o porta-voz de Moisés (que possuía problemas de dicção), e servia de Orador dos judeus junto ao Faraó.
Conhecendo os elementos, pode-se compreender melhor a mensagem:
Os Irmãos que Davi se refere são, provavelmente, o povo de Israel, divididos em suas tribos e espalhados entre Hermon e Sião (limites de Israel), mas todos vivendo em união. Davi relembra então a unção de Aarão como o primeiro Sumo Sacerdote de Israel, momento que selou o compromisso entre o povo de Israel e seu Deus. Dali nasceu a nação que Davi representava e defendia. O óleo precioso que ungiu Aarão foi derramado em sua cabeça e desceu pela sua barba, espalhando-se para as extremidades de sua roupa. Tal unção, que abençoava Israel, podia ser vista também em sua terra: a neve do cume de Hermon transforma-se em orvalho, que desce o monte e se transforma em um ribeirão, Banias, o qual desagua no Rio Jordão, esse que liga Hermon até a outra extremidade de Israel, os Montes de Sião, antes de desaguar no Mar Morto.
Todas as tribos de Israel estavam espalhadas de Hermon a Sião, sempre próximos às margens do Rio Jordão. “Jordão” significa exatamente isso, “que desce”. O Rio Jordão, alimentado pelo orvalho de Hermon, desce até a extremidade sul de Israel, Sião, distribuindo suas bênçãos, assim como o óleo precioso que desce da cabeça e a barba de Aarão até a orla de suas vestes.
Por fim, Davi afirma que, Sião (Jerusalém) é “ungido” pelas águas que vem de Hermon porque foi o lugar escolhido por Deus para que o povo judeu habite eternamente conforme suas bênçãos.
Com esse Salmo, Davi disse ao seu povo que eles deviam permanecer unidos e obedientes às ordens vindas de Sião, pois essa era a vontade de Deus desde a unção de Aarão, comprovada pela benção da água, que sai do alto de um monte e percorre 190Km de distância, derramando bênçãos por onde passa, até chegar a Sião.
É muito claro o motivo das palavras de Davi: ele era apenas o segundo rei de Israel, uma nação recente, ainda desestruturada, com muitas dificuldades, dividida em muitas tribos e sujeita a muitas ameaças. Ele precisava manter um discurso de unidade e esperança.
Das diversas interpretações vamos nos atentar a uma em especial e relacionar com a abertura de nossos trabalhos no Grau de Aprendiz Maçom.
Quão bom suave é que os irmãos vivam em união?
Estamos reunidos com irmãos da Loja com diversidade de religião, raça e pensamentos diferentes. Temos irmãos de outras Lojas e com ritos diferentes, sendo o que importa é que estamos unidos em busca do aprimoramento individual de cada irmão.
O óleo precioso…
A unção é a representação física do Espírito Santo agindo sobre a vida do ser humano. Em Seu caráter sagrado, é a proteção que nos proporciona sermos revestidos por Ele (cada um com sua crença).
..sobre a cabeça..
Essa unção se inicia sobre a cabeça que é parte pensante da Loja nosso Venerável Mestre que se encontra no Oriente da Loja.
…que desce sobre a barba…
A continuidade da benção segue agora para a coluna do norte que desce sobre a barba que representa a força, respeito.
…que desce à orla das suas vestes.
Agora representando a beleza a coluna do Sul é ungida para que os trabalhos possam ter moral nas ações, pensamentos e conduta, contribuindo para o desenvolvimento do maçom em busca da perfeição e do equilíbrio entre os pilares da Sabedoria, Força e Beleza. Juntas, essas colunas simbolizam um ideal de vida equilibrada, onde a sabedoria, a força e a beleza se complementam para a construção do “Eu” interior.
Como o orvalho de Hermon..
Orvalho é representado pelos ensinamentos que nutre o maçom com a filosofia de vida. Nessa coluna está o Aprendiz Maçom que necessita de uma bagagem muito grande de ensinamentos para que ele possa caminhar pelas colunas zodiacais em busca da luz. Após um ano de ensinamentos sobre a Filosofia Maçônica o Aprendiz tem seu aumento de salário e passa para a coluna do Sul.
…que desce sobre os montes de Sião…
Como Companheiro agora bem próximo da Plenitude Maçônica Simboliza a busca pela perfeição não só na estética, mas também na ética, na conduta e nos pensamentos. Ser bom, justo e honesto também é uma forma de beleza que o maçom deve praticar. Após seis meses alcança a plenitude Maçônica.
… porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
Ficamos a ordem e iniciamos nossos trabalhos em Loja Maçônica.
Considerações Finais
Assim, o Salmo 133, é um simbolismo que está centrado num segredo de extraordinário significado e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura das suas Lojas não está apenas contemplando a ideia da Fraternidade pura e simples, mas realizando o objetivo de integração total de todas as emanações da energia divina. Trata-se, na verdade, de um mantra poderoso, uma âncora fundamental para o aliciar da energia necessária para a formação do nosso aprendizado dentro da maçonaria.
Que os Irmãos, ao ouvirem o Orador pronunciá-lo na abertura de nossos trabalhos no Grau de Aprendiz Maçom tenham em mente esta informação, para melhor aproveitamento espiritual dessa invocação ao GADU.
Fontes:
https://teologia24horas.com.br/blog/salmo-133
https://noesquadro.com.br/entendendo-o-salmo-133
https://www.freemason.pt/estudo-do-salmo-133
Pedro Juck Secretário de Ritualística do GOB
Notas:
Texto conforme a Bíblia Hebraica, traduzida Por David Gorodovits e Jairo Fridlin – Editora e Livraria Sefer Ltda. São Paulo, 2015. Para uma interpretação mais pormenorizada do simbolismo do salmo 133, ver a nossa obra “O Tesouro Arcano”, publicada pela Editora Madras, 2013.
Querido irmão, parabéns pelo excelente texto! Obrigado por compartilhar de sua pesquisa conosco!
Abraço fraterno!
Belíssimo trabalho meu mano, demonstra não só o carinho pela Ordem, como também o quanto o irmão é estudioso.
Obrigado pelo comentário. Abraço fraterno!