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“E Salomão, o filho de Davi, era fortalecido no seu reino, e o Senhor seu Deus era com ele, e o magnificava sobejamente.
Então, Salomão falou a todo Israel, aos capitães de milhares e de centúrias, e aos juízes, e a cada governador em todo o Israel, aos chefes dos pais.
Assim, Salomão, e com ele toda a congregação, foram até o lugar alto que estava em Gibeão; porque ali estava o tabernáculo da congregação de Deus, o qual Moisés, o servo do Senhor, havia feito no deserto.
Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de Quiriate-Jearim até o local que Davi havia preparado para ela, porque ele havia armado uma tenda em Jerusalém.”
(II Crônicas 1:1-4)
Com o desaparecimento do Grão-Mestre Hiram Abiff, o Templo de Salomão ficou incompleto — não apenas em sua estrutura física, mas na harmonia espiritual e moral que unia os trabalhadores. Faltava direção, inspiração e propósito. Diante desse cenário, o Rei Salomão, guiado por sua sabedoria e pelos conselhos do profeta Sadoc e de Ahishar, nomeou cinco construtores formados sob a tutela de Hiram para assumirem a continuidade da obra.
Adoniram foi escolhido como superintendente, e sob sua coordenação ficaram quatro intendentes — Yehu (latão), Stolkin (madeira), Zelec (pedra) e Gareb (ouro). Assim nascia a função de Intendente dos Edifícios, símbolo de liderança fraterna, técnica e moral.
O ensinamento central desse grau não está na construção material, mas na construção humana. Salomão recorda aos intendentes que o Templo do Senhor só poderia ser erguido com a mesma pureza de propósito e retidão que guiavam o trabalho de Hiram Abiff.
A tarefa não era apenas levantar muros, mas também restaurar a confiança e a união dos obreiros, promovendo benevolência e caridade entre todos. Assim, a verdadeira obra deveria ser também social e espiritual — o Templo externo seria reflexo do Templo interno.
Benevolência e Caridade
A benevolência é o espírito de serviço e generosidade que o líder oferece aos seus irmãos. Representa o gesto de quem estende a mão sem esperar recompensa, guiado pelo amor fraternal.
A caridade, por sua vez, é o amor em ação — não se limita à esmola, mas se manifesta na compreensão, no perdão, na paciência e no auxílio sincero ao necessitado.
Essas duas virtudes formam o alicerce moral do Grau 8. Se no grau anterior o Maçom aprendeu a julgar com justiça, agora ele é chamado a governar com bondade, transformando autoridade em serviço e poder em fraternidade.
O lema “um por todos e todos por um” resume com perfeição o espírito do Intendente dos Edifícios.
O líder deve cuidar de cada obreiro (um por todos), mas cada obreiro também deve trabalhar com o coração voltado ao bem comum (todos por um). Assim se edifica não apenas um Templo de pedra, mas uma sociedade de homens justos e solidários.
Simbologia
A balança é o emblema desse grau — não mais como instrumento de justiça, mas como símbolo de equilíbrio e harmonia.
O Intendente dos Edifícios é o ponto de convergência entre o trabalho material e o trabalho moral, entre a ordem técnica e a virtude espiritual.
A construção equilibrada é aquela em que cada pedra ocupa o seu devido lugar, e cada homem cumpre o seu dever com consciência e amor.
Interpretação à Luz de II Crônicas 1:1-4
O texto bíblico mostra Salomão no início de sua missão, fortalecido pelo Senhor e cercado por líderes e sábios. Ele não age sozinho — consulta, convoca, une, delega. A ida a Gibeão, onde estava o antigo tabernáculo, representa o respeito à tradição e à fé dos antepassados.
Da mesma forma, o Maçom, ao chegar ao Grau 8, é convidado a unir o antigo e o novo, o espiritual e o material, a fé e o trabalho.
O verdadeiro Intendente não constrói apenas com mãos, mas com coração e consciência.
O Templo que ele ergue é símbolo da humanidade redimida pela fraternidade e sustentada pela caridade.
Assim, a mensagem do Grau 8 ecoa com clareza:
“Nenhum edifício será perfeito enquanto não for erguido sobre os alicerces do amor, da benevolência e da justiça.”
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