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Leitura da Bíblia no Grau 7 – Preboste e Juiz (Deuteronômio 16:18-20)

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“Porás juízes e oficiais em todas as tuas portas, que o Senhor teu Deus te der, entre as tuas tribos, e eles julgarão o povo com juízo de justiça.
Não perverterás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem tomarás um presente, porque um presente cega os olhos do sábio, e perverte as palavras do justo.
Aquilo que é totalmente justo seguirás, para que vivas e herdes a terra que o Senhor teu Deus te dá.”
(Deuteronômio 16:18-20)

A Lenda do Grau 7

O Grau 7 do Rito Escocês Antigo e Aceito, conhecido como Preboste e Juiz, nasce da necessidade de restaurar a ordem e a harmonia após a perda do Mestre Hiram Abiff. Sem sua liderança conciliadora, a obra do Templo de Salomão sofre atrasos e conflitos passam a ser frequentes entre os operários fenícios e judeus.

Diante desse cenário, o Rei Salomão decide instituir uma corte de sete Prebostes e Juízes, cuja missão seria zelar pela disciplina, resolver disputas e assegurar a justiça no canteiro do Templo. Essa corte deveria se reunir na Câmara do Meio e seus julgamentos seriam registrados e guardados numa caixa de ébano, fechada à chave — símbolo de discrição e sigilo.

Nas diferentes tradições do Grau, os personagens podem variar. Na versão francesa, o Chefe Preboste é Tito, Príncipe de Harodim. Já na versão de Albert Pike, o cargo é ocupado por Azarias, filho de Natã e irmão de Zabud — ambos sobrinhos do Rei Salomão.
A lenda narra um episódio moralmente revelador: Naboth, amigo de Zabud, tenta convencê-lo a favorecê-lo em um julgamento, usando como argumento a amizade entre eles. Zabud, indignado, recusa e o repreende severamente, demonstrando que a amizade jamais pode se sobrepor à justiça.

Interpretação à luz de Deuteronômio 16:18-20

A passagem de Deuteronômio reflete, com precisão, o espírito do Grau 7. O texto ordena que se estabeleçam juízes que julguem “com juízo de justiça”, sem favoritismo e sem aceitar suborno. Essa exortação divina à imparcialidade é a pedra angular deste Grau.

Assim como o povo de Israel recebeu a missão de administrar a justiça entre as tribos, o Maçom, ao atingir o Grau de Preboste e Juiz, é chamado a exercer a virtude da equidade — tanto em sua vida pessoal quanto no trato com seus Irmãos.
A lenda de Zabud e Naboth ilustra o desafio permanente da natureza humana: equilibrar o coração e a razão, o afeto e o dever. O verdadeiro Preboste e Juiz entende que a amizade, a lealdade e o amor fraternal jamais devem distorcer o senso de justiça.

Julgar com justiça é, portanto, julgar segundo a verdade e a consciência, e não segundo preferências pessoais. O exemplo de Zabud mostra que a justiça maçônica é mais do que uma virtude social — é uma expressão do equilíbrio interior, da retidão moral e da fidelidade ao Grande Arquiteto do Universo.

Moral do Grau

O ensinamento central do Grau 7 é tríplice: Justiça, Imparcialidade e Equidade.
Essas virtudes são o tripé sobre o qual se sustenta toda sociedade justa e toda Loja harmoniosa.

  • Justiça é dar a cada um o que lhe é devido, sem paixões ou vantagens.
  • Imparcialidade é ouvir e decidir sem deixar-se influenciar por afetos, títulos ou posições.
  • Equidade é ponderar com equilíbrio, reconhecendo as circunstâncias e as intenções.

O Maçom, como juiz de si mesmo e servidor da verdade, deve aplicar essas virtudes não apenas nas assembleias e nos tribunais, mas em todos os atos da vida.
Ser justo é agir com retidão mesmo quando ninguém observa; é decidir segundo a consciência, e não segundo a conveniência.

O episódio entre Zabud e Naboth nos adverte contra a corrupção moral que nasce do favoritismo. A tentação de favorecer o amigo ou de suavizar o juízo por compaixão é grande — mas a Maçonaria ensina que a verdadeira amizade não pede privilégios, e a verdadeira justiça não os concede.

Simbologia

Os principais símbolos deste Grau são a chave dourada e a balança.

  • A chave, que tranca a caixa de ébano onde ficam os registros dos julgamentos, representa a discrição e o sigilo que o Maçom deve guardar sobre as confidências de seus Irmãos. Assim como o juiz não divulga os segredos do tribunal, o Preboste deve proteger com prudência aquilo que lhe é confiado.
  • A balança, por sua vez, evoca a justiça equilibrada, que pesa com igualdade os argumentos e as provas antes de decidir. É o símbolo da harmonia entre a razão e o sentimento, entre o dever e a misericórdia.

Juntas, chave e balança recordam ao Iniciado que a justiça deve ser exercida com prudência e protegida com silêncio — pois dela depende a paz e a integridade da Obra.

Conclusão

O Grau 7 – Preboste e Juiz eleva o Maçom à condição de guardião da justiça moral.
No templo simbólico da vida, todos somos juízes: das próprias ações, das intenções dos outros, das decisões que tomamos. E cada julgamento exige equilíbrio, serenidade e desapego.

Que o exemplo de Zabud inspire o Maçom a ser firme, justo e incorruptível.
Que a chave do silêncio feche seus lábios contra a indiscrição e que a balança da verdade pese suas decisões com retidão.
Pois somente aquele que julga com justiça pode, de fato, participar da edificação do Templo Interior — onde a Verdade é a Lei e o Amor é o Juízo.

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