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Leitura da Bíblia no Grau 6 – Secretário Íntimo – (1 Reis 9:10-14)

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“E sucedeu, ao fim de vinte anos, quando Salomão havia edificado as duas casas, a casa do Senhor e a casa do rei
(ora, Hiram, o rei de Tiro, havia fornecido a Salomão as árvores de cedro e de cipreste, e ouro, segundo todo o seu desejo),
que, então, o rei Salomão deu a Hiram vinte cidades na terra da Galileia.
E Hiram saiu de Tiro para ver as cidades que Salomão lhe havia concedido; e elas não lhe agradaram.
E ele disse: Que cidades são estas que tu me tens concedido, meu irmão?
E ele as chamou de terra de Cabul até este dia.
E Hiram enviou ao rei cento e vinte talentos de ouro.”
(1 Reis 9:10-14)

A Lenda do Grau 6

O Grau 6 – Secretário Íntimo marca o reencontro de Salomão e Hiram de Tiro, logo após a morte de Hiram Abiff. Durante a visita do rei fenício a Israel, ele inspeciona as terras prometidas por Salomão como pagamento pelos materiais e trabalhadores enviados para o Templo.
Descontente com o que vê, Hiram se irrita e, tomado pela cólera, dirige-se ao palácio de Jerusalém. Entra sem ser anunciado, determinado a exigir explicações.

Zabud, filho do profeta Natã e amigo pessoal de Salomão, percebendo o estado alterado do visitante e temendo pela segurança do rei, entra silenciosamente na sala e se oculta próximo ao trono, preparado para defendê-lo.
Durante o diálogo acalorado, Hiram descobre Zabud escondido e o acusa de espionagem. Mas o capitão Zerbal intervém, explicando que Zabud apenas zelava pela segurança de seu rei.
A verdade é esclarecida, o mal-entendido desfeito, e Hiram, envergonhado por sua reação impulsiva, renova a aliança com Salomão. Em reconhecimento à lealdade e ao zelo de Zabud, o rei o nomeia Secretário Íntimo, em substituição ao saudoso Hiram Abiff.

Interpretação à luz de 1 Reis 9:10-14

O texto bíblico mostra a mesma tensão entre Salomão e Hiram. Após anos de cooperação, um mal-entendido quase mancha a amizade entre os dois reis. Essa narrativa representa, simbolicamente, o desafio da convivência humana: mesmo alianças verdadeiras são testadas pela impaciência, pela falta de comunicação e pelos julgamentos precipitados.

No contexto maçônico, Salomão simboliza a sabedoria e Hiram, a força e a cooperação externa. A visita do rei de Tiro às “cidades de Cabul” mostra como, quando se olha apenas a aparência — as terras ainda não cultivadas —, perde-se de vista o propósito mais profundo: Salomão pretendia primeiro restaurá-las antes de entregá-las.

Assim também o Maçom é advertido a não se deixar guiar por julgamentos apressados e a praticar o benefício da dúvida, observando as intenções e não apenas as aparências.

Zabud, por sua vez, encarna o verdadeiro espírito do Grau: fervor e zelo. Ele não esperou ordens, não buscou glória — apenas agiu movido pela lealdade e pelo amor fraterno. Sua vigilância silenciosa e sua disposição em arriscar-se pelo rei o tornam símbolo do Maçom que serve com discrição, prudência e coragem.

Moral do Grau

O Grau 6 ensina duas virtudes essenciais: fervor e zelo.
Fervor é o empenho sincero e constante em servir ao bem, à verdade e à Maçonaria. Zelo é o cuidado, a atenção e a responsabilidade com aquilo que foi confiado ao Maçom — sejam pessoas, instituições ou ideais.

Mas o grau também traz um alerta: o autocontrole é indispensável. Hiram de Tiro, dominado pela ira, quase destrói uma amizade e uma aliança sagrada. O Secretário Íntimo aprende que o impulso deve ser domado pela razão, e que a verdadeira sabedoria está em agir com moderação e discernimento.

Essa lição moral se estende à vida cotidiana: o Maçom deve ser vigilante, mas justo; protetor, mas prudente; ativo, mas sempre guiado pela serenidade.

Simbologia

A joia do grau é o Triplo Delta — três triângulos entrelaçados, símbolo de aliança, promessa e perfeição.
Ele representa o compromisso renovado entre Salomão e Hiram, e, por extensão, entre o Maçom e a Maçonaria.
Esses três princípios — Aliança, Promessa e Perfeição — resumem o espírito do Grau 6:

  • Aliança – o vínculo fraterno e espiritual entre irmãos e com o G.’.A.’.D.’.U.’.
  • Promessa – o juramento que o Maçom assume ao ingressar na Ordem.
  • Perfeição – o esforço contínuo para cumprir fielmente essa promessa.

Conclusão

O Grau 6 – Secretário Íntimo ensina que a verdadeira lealdade é silenciosa, mas ativa; é vigilante, mas nunca desconfiada.
Zabud é o modelo de quem serve com devoção e prudência, lembrando que o Maçom deve estar sempre atento à voz da razão, ao dever e à verdade.

A aliança renovada entre Salomão e Hiram simboliza a reconciliação entre a razão e a emoção, entre o julgamento e a compreensão. O Secretário Íntimo é, portanto, o guardião dessa harmonia — aquele que trabalha pelo equilíbrio, pela paz e pela fidelidade ao compromisso assumido diante do Grande Arquiteto do Universo.

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