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Grau 18 da Maçonaria – Cavaleiro Rosa-Cruz do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)

Recordamos aos Irmãos, bem como aos profanos interessados, que qualquer estudo sobre Maçonaria dirigido ao público externo deve conter somente informações de caráter geral — aquelas que já se encontram nos livros introdutórios de história, simbologia e filosofia maçônica. Os ensinamentos considerados reservados, transmitidos exclusivamente em Loja e nos momentos apropriados, permanecem restritos aos Iniciados da Ordem.

Portanto, tudo o que será exposto aqui está rigorosamente dentro dos limites do sigilo maçônico e tem como propósito maior promover o aperfeiçoamento ético, intelectual e espiritual daqueles que desejam beber dessa fonte de Luz que é a nossa Sublime Ordem Maçônica.

Introdução ao Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz no R.E.A.A.

No percurso iniciático do Rito Escocês Antigo e Aceito (R.E.A.A.), o Grau 18, denominado de Cavaleiro Rosa-Cruz, é amplamente reconhecido como um dos mais simbólicos e sublimes de todo o sistema. Esse grau representa a culminância da Loja de Perfeição e o ponto de inflexão entre a tradição templária, o ideal alquímico e a essência espiritual do cristianismo esotérico. Aqui, o iniciado encontra-se frente ao mistério profundo da regeneração da alma humana, da morte ritual e do renascimento espiritual, através de símbolos marcantes como a Fênix, o Pelicano, a Cruz e a Rosa Mística.

Longe de ser um simples degrau na hierarquia dos Altos Graus, o Grau 18 propõe uma verdadeira transformação interna. O candidato, que nos graus anteriores havia percorrido o caminho da reconstrução simbólica do Templo e da restauração da Palavra Perdida, agora é convidado a atravessar os mistérios da dor, do sacrifício e da iluminação.

Este artigo tem por objetivo conduzir o leitor a uma jornada profunda pelas origens, símbolos, tradições e ensinamentos que se entrelaçam nesse grau sublime. Vamos explorar suas raízes templárias, sua relação com a tradição Rosa-Cruz, as lendas que o estruturam, bem como seu papel no sistema filosófico do R.E.A.A.

A Origem Templária do Grau Rosa-Cruz

Barão Karl von Hund

O Grau Rosa-Cruz nasceu no seio da Maçonaria do século XVIII, um período fértil para o florescimento das ideias esotéricas e para a consolidação de sistemas maçônicos mais estruturados. O Rito Escocês Antigo e Aceito foi desenvolvido com forte influência dos maçons jacobitas, aqueles que apoiavam a restauração da Casa dos Stuarts ao trono inglês, após a chamada Revolução Gloriosa.

Esses maçons, em oposição aos hanoverianos, praticavam não apenas os graus simbólicos tradicionais (Aprendiz, Companheiro e Mestre), mas também desenvolveram o que hoje chamamos de Altos Graus ou Graus Filosóficos, entre os quais o Grau 18 ocupa posição central. Por meio das chamadas Lojas Militares, os jacobitas espalharam uma Maçonaria marcada por referências à cavalaria medieval, sobretudo à tradição templária.

Foi o Barão Karl von Hund, fundador do Rito da Estrita Observância Templária, o primeiro a formalizar uma ligação explícita entre a Maçonaria e os antigos Cavaleiros Templários. Essa tentativa de restaurar simbolicamente a Ordem do Templo influenciou outros ritos, mesmo que o da Estrita Observância não tenha tido longa duração.

A ideia templária, porém, sobreviveu e se fortaleceu. No Grau 18 do R.E.A.A., o espírito dos templários renasce em um novo formato: não mais como ordem militar, mas como símbolo do sacrifício e da espiritualidade cristã interiorizada.

As Três Tradições da Maçonaria Moderna

A Maçonaria, enquanto instituição iniciática, é herdeira de três grandes tradições culturais e espirituais da Idade Média: a Cavalaria, a Arquitetura e o Hermetismo. Cada uma dessas vertentes deixou marcas profundas na constituição dos graus maçônicos, especialmente nos graus filosóficos como o Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz.

Ordenação de um Cavaleiro, por Edmund Blair Leighton, (1901)

Os valores da cavalaria medieval, como honra, coragem, lealdade, pureza e sacrifício, são encontrados em quase todos os graus maçônicos de inspiração templária. O Cavaleiro Rosa-Cruz encarna esses ideais de forma refinada: não como um guerreiro com espada em punho, mas como um combatente espiritual, que luta contra as trevas interiores e externas por meio da luz do conhecimento e do amor divino.

A figura do cavaleiro remete diretamente aos Cavaleiros Templários, Hospitalários e Teutônicos, que defendiam a fé cristã durante as Cruzadas. No simbolismo do Grau 18, o cavaleiro é aquele que renuncia ao mundo para conquistar a si mesmo, seguindo os passos de Cristo como modelo de sacrifício e redenção.

A tradição arquitetônica dos Mestres Construtores está presente em toda a simbologia maçônica. No Grau Rosa-Cruz, ela aparece sob uma nova roupagem: a reconstrução não é mais de um templo físico, mas do Templo Interior. A Rosa-Cruz, como símbolo central do grau, está cravada no coração dessa obra espiritual.

Aqui, o iniciado é chamado a aplicar a mesma precisão, disciplina e beleza dos antigos construtores de catedrais na edificação da sua alma, fazendo de si mesmo um altar vivo de reconciliação entre o humano e o divino.

Por fim, temos o legado dos alquimistas, cabalistas e filósofos do Renascimento, que formaram o núcleo do chamado círculo Rosa-Cruz. Essa tradição introduz na Maçonaria a ideia da transformação interior por meio da iniciação, da regeneração da alma e da busca pela Palavra Perdida — símbolo do conhecimento supremo, perdido pela humanidade e que pode ser reencontrado por meio do autoconhecimento e da purificação espiritual.

Insígnias, Vestes e Simbologia Material

Avental e fita:

  • Avental de cetim branco, orla vermelha e forro preto, com a Jóia do Grau bordada em dourado e uma cruz vermelha no forro.
  • Em vez de fita, usa-se um colar vermelho, forrado em preto, com a Jóia na frente e cruz atrás.

Jóia do Grau:

  • Desenho: Compasso aberto sobre arco, com pelicano alimentando sete filhotes com sangue, cruz vermelha, Rosa Mística, coroa real e águia.
  • Significado: compasso (razão e medida), pelicano (sacrifício amoroso), rosas (amor e mistério), águia (espiritualidade), cruz (martírio e redenção).

Traje:

  • Terno preto, luvas brancas, espada à cinta.
  • Em algumas lojas, durante a cerimônia, veste-se uma dalmática branca com orla preta e cruz vermelha sobre o peito.

Os Grandes Símbolos do Grau 18

A simbologia do Grau Rosa-Cruz é rica, profunda e universal. Destacaremos aqui os três elementos mais importantes: a Fênix, o Pelicano e a própria Cruz Rosa-Cruz

A Fênix é o símbolo máximo do renascimento espiritual. Na tradição alquímica, representa a transmutação da matéria inferior (o chumbo da ignorância) em matéria superior (o ouro da sabedoria). No ritual do Grau 18, o iniciado é colocado em uma situação de desespero, “perdido nas trevas”, até que escuta uma voz interna, misteriosa, que o chama de volta à Luz.

Nesse momento, a Fênix renasce das cinzas e entrega ao iniciado a Palavra Perdida, símbolo do reencontro com o Eu divino. A Fênix nos ensina que todo processo de iniciação exige a morte simbólica do ego, a dissolução das ilusões, para que a alma possa renascer em um plano mais elevado.

O Símbolo ‘INRI’

De acordo com os relatos presentes nos Evangelhos, Pôncio Pilatos mandou afixar uma inscrição na Cruz de Cristo com as palavras “Jesus Nazarenus Rex Judaeorum”, que tradicionalmente é traduzida como “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. No entanto, as quatro letras iniciais — I.N.R.I. — que figuravam sobre a Cruz possuem, além do significado literal, uma correspondência simbólica profunda. Em hebraico, cada uma dessas letras representa os quatro elementos da Natureza: Iam (Água), Nour (Fogo), Ruach (Espírito ou Ar vital) e Iabeshah (Terra). Essa interpretação revela uma chave oculta para compreender o mistério da crucificação, pois esses elementos também simbolizam os princípios fundamentais da antiga Alquimia: o Sal, o Enxofre, o Mercúrio e o Azoth, essenciais para a criação da Pedra Filosofal, o mítico elixir da vida e solvente universal.

Os dois primeiros elementos, Iam (Água) e Iabeshah (Terra), remetem ao aspecto salino lunar: a água, enquanto substância fluida que contém o sal dissolvido, e a terra, o resíduo sólido ou “sal da terra”, ou seja, a manifestação mais densa do ser. Em sentido mais amplo, representam os corpos fluídicos mais sutis e o corpo físico denso do ser humano. A letra N (Nour, Fogo) designa, em hebraico, o elemento ígneo, relacionado ao sangue quente e aos elementos combustíveis, como o enxofre e o fósforo — fundamentais para os processos de combustão e oxidação no corpo humano e para a própria manifestação do pensamento. Já R (Ruach, Espírito) corresponde ao Ar vital, símbolo do Azoth, a essência universal, que opera na mente mercurial, permitindo ao Ego expressar-se no mundo material. Assim, a inscrição I.N.R.I., conforme os Evangelhos, pode ser interpretada como um retrato do ser humano integral — o Pensador — em seu momento de evolução espiritual, preparando-se para libertar-se da cruz de sua existência corporal.

Seguindo esse raciocínio simbólico, podemos afirmar que I.N.R.I. também representa o candidato espiritual na experiência mística da crucificação pelos seguintes motivos:

Iam, a palavra hebraica para Água, remete ao elemento fluídico lunar, que constitui a maior parte do corpo físico humano (cerca de 60% a 70%). Ela também simboliza os veículos sutis ligados ao desejo, às emoções e aos sentimentos.

Nour, que em hebraico significa Fogo, está associada ao sangue vermelho, quente e vibrante, carregado de ferro, que transmite energia e vitalidade por meio das veias e artérias. Sem essa energia, o progresso tanto espiritual quanto material seria inviável. Nour também está conectada aos elementos enxofre e fósforo, indispensáveis para a manifestação do pensamento, como mencionado anteriormente.

Ruach, termo hebraico para Espírito ou Ar vital, é uma poderosa representação do Ego envolto pela mente mercurial, que capacita o Espírito Virginal da Onda de Vida humana a manifestar-se como um ser pensante, controlando seus corpos e suas ações de maneira consciente e racional.

Iabeshah, que significa Terra, representa a parte sólida, o corpo físico, estruturado sobre a forma cruciforme e densamente cristalizado. Este corpo nasce unido aos veículos mais sutis, mas se separa deles com a morte ou por meio de um processo especial — a chamada morte mística — que permite ao ser humano elevar-se temporariamente às esferas mais elevadas.

Esse nível de desenvolvimento espiritual no cristão místico, faz o mesmo enxergar no símbolo da imagem ao lado o Sacrifício de Jesus, uma vez que Cristo deu seu próprio sangue para alimentar o povo. Assim, o pelicano, ave grande que vive em regiões aquáticas, apresenta relações diretas com o sacrifício de Jesus afinal, segundo a Lenda do Pelicano Eucarístico, na falta de peixes para alimentar seus filhotes, o pelicano bica o próprio peito oferecendo sua carne e sangue para os filhos.

O pelicano é o símbolo do sacrifício e da doação. Assim, São Jerônimo, num comentário do Salmo 102, disse: “Sou como um pelicano do deserto, que fustiga o peito e alimenta com o próprio sangue os seus filhos”. Assim, torna-se um símbolo da Paixão de Cristo e da Eucaristia.

Do mesmo modo que o pelicano, Cristo se sacrificou, dando-nos alimento através do Seu amor autossacrificial.

Devemos, pois, eforçar-nos para seguir e imitar e praticar a verdadeira Religião do Pai, até que o Reino retorne à sua origem, para que Deus seja tudo em todos.

A Rosa na Cruz: O Símbolo da Redenção

A imagem da rosa no centro da cruz sintetiza toda a filosofia do Grau 18. A cruz representa o sofrimento, a matéria, o mundo físico e as provas da existência. A rosa, por sua vez, simboliza a alma, a beleza, a essência divina em cada ser.

Unidas, formam o emblema da vitória do espírito sobre a carne, da sabedoria sobre a ignorância, do amor sobre a dor. Este é o verdadeiro “Templo não feito por mãos humanas”, que o iniciado deve edificar dentro de si.

Cerimônia do Grau 18 – A Iniciação Gnostica no Ritual

O Grau 18, representa uma das mais elevadas expressões místicas e iniciáticas do Rito Escocês Antigo e Aceito, sendo reconhecido por seu profundo caráter gnóstico e simbólico. Neste grau, a ênfase não recai sobre doutrinas rígidas ou imposições dogmáticas, mas sobre a vivência da transformação interior, acessível a todos os que se dispõem a trilhar o caminho da autossuperação e da iluminação. O iniciado é conduzido a uma jornada que começa com o silêncio e a contemplação, elementos que alimentam a sacralização do interior humano, permitindo o reconhecimento das realidades espirituais mais sutis. Por meio da crucificação simbólica do ego — representando a morte das ilusões e vaidades do velho homem —, a alma desperta para um novo estágio de consciência, renascendo como o “homem novo” idealizado pelos Rosa-Cruzes: um ser regenerado, educado nas ciências e nas artes, dotado de um humor refinado, sensível à espiritualidade e comprometido com o bem-estar coletivo.

Este processo é desenvolvido através da cerimônia que é estruturada em três câmaras, cada uma simbolizando um plano distinto da jornada iniciática:

Primeira Câmara – “Morte”:

  • Ambiente: Forrada de preto, com lágrimas brancas, pavimento mosaico, colunas e ferramentas quebradas.
  • Objetos: Altar do Atersata, pramanta (instrumento para produzir fogo), cruz ladeada por castiçais, Estrela Flamejante, triângulo triangular e símbolos (compasso, esquadro, triplo triângulo, cruz de ébano com rosa, INRI).
  • Propósito: Representa a noite escura da alma, onde o candidato está perdido nas trevas, despojado de tudo que representa orgulho, ego e ilusão.

Segunda Câmara – “Martírio”:

  • Ambiente: Totalmente preta, evocando sofrimento, privações e dores.
  • Propósito: Contextualiza a provação espiritual, o martírio íntimo e a renúncia ao eu anterior — um clímax de desolação antes da elevação.

Terceira Câmara – “Ressurreição”:

  • Ambiente: Forrada de vermelho, decorada com folhagens, um resplendor dourado, a letra Iod (representando o primitivo do Tetragrama), e as palavras “infinito, imortalidade, razão, natureza” sobre transparências.
  • Objetos: Sobre uma mesa triangular, o pramanta simboliza agora a chama da vida restaurada.
  • Propósito: É o triunfo da luz, o renascimento espiritual, a reconexão com a Verdade – após a morte simbólica, o candidato emerge como Príncipe Rosa-Cruz.

Como vimos, essa metamorfose é encenada ritualmente na travessia pelas três câmaras, que constituem um verdadeiro drama simbólico da alma humana. Cada câmara remete a tradições espirituais universais: os Mistérios de Eleusis, com sua dualidade entre depravação e iluminação; os Mistérios de Osíris, com a representação da morte e da ressurreição; e a linguagem mitológica desenvolvida pelos Rosa-Cruzes alemães, repleta de símbolos herméticos. Assim, o ritual torna-se mais do que um simples cerimonial — ele é uma vivência arquetípica, que opera no íntimo do iniciado um processo de morte simbólica, purificação, iluminação e reconciliação com os princípios eternos. O lema alquímico Igne Natura Renovatur Integra — “pela ação do fogo, a natureza é integralmente renovada” — revela o cerne dessa experiência: o fogo não é destruição, mas agente de transmutação espiritual, que consome as impurezas interiores para revelar o ouro oculto da sabedoria e do amor divino.

Ainda que ancorado no simbolismo cristão, o Grau 18 não se limita a ele. A cruz, a rosa, o fogo e a morte são símbolos universais, que ultrapassam fronteiras culturais e espirituais, permitindo que candidatos de diversas tradições religiosas e filosóficas encontrem sentido e profundidade na experiência ritualística. Tal universalismo simbólico confere ao grau uma natureza inclusiva, onde a fraternidade e a busca pela verdade transcendem quaisquer barreiras confessionais. Nesse contexto, o verdadeiro objetivo do grau não é impor uma crença, mas confrontar o iniciado com as grandes questões da existência: o que é viver de maneira plena? Qual o sentido da dor, da morte e da renúncia? Como alcançar a verdadeira luz interior? O Grau 18 oferece respostas não em palavras, mas em vivências simbólicas, conduzindo o iniciado à escolha consciente entre uma vida superficial e o compromisso com a elevação espiritual. Trata-se, portanto, de um convite à ação ética e regeneradora, onde cada passo do iniciado no templo reflete um passo em direção à verdade, à luz e à comunhão com o divino.

A Ceia Rosa-Cruz – Kidush Maçônico

Ao final do ritual, os Cavaleiros participam de uma ceia mística, inspirada no rito judaico Kidush, semelhante ao que teria sido celebrado por Cristo na Última Ceia:

  • Motivo: A ceia tem caráter simbólico e dramático, não sacramental religioso — por isso algumas pessoas a chamam incorretamente de “Santa Ceia”. —
  • Conteúdo: Partilha do pão e vinho, evocando auto-sacrifício, comunhão espiritual e renovação. O ritual reforça os laços fraternais e recorda o sacrifício do pelicano (amor cristão derramado em sangue).

A Tradição Rosa-Cruz: Filosofia e Influência

A Rosa-Cruz, enquanto tradição esotérica, surgiu no século XVII com a publicação de três manifestos alquímico-filosóficos: Fama Fraternitatis, Confessio Fraternitatis e As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz. Esses documentos, atribuídos a Johann Valentin Andreae, anunciavam a existência de uma fraternidade secreta que possuía segredos capazes de transformar o mundo através da ciência espiritual. Leia nossa publicação sobre a Ordem Rosa-Cruz:

Os Rosa-Cruzes se viam como portadores de uma missão: regenerar a sociedade por meio da sabedoria oculta e da purificação moral. Essa visão utópica influenciou profundamente a Maçonaria, sobretudo a partir do século XVIII, sendo incorporada ao R.E.A.A. no Grau 18 como parte central de seu conteúdo simbólico.

No Rosa-Cruz maçônico, encontramos símbolos como a cruz (o sofrimento) e a rosa (o amor e a beleza), unidos para representar a superação da dor pela iluminação. É um grau essencialmente cristão, porém com forte ênfase esotérica, onde a figura de Cristo é vista não apenas como o Salvador da fé dogmática, mas como o arquétipo da regeneração humana.

O Ensinamento Central: Morrer para Renascer

No Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, o iniciado é confrontado com a ideia de que para atingir a regeneração espiritual, precisa-se morrer: Morrer para o egoísmo, para vaidade, para o orgulho, ignorância e tudo aquilo que separa o homem de sua essência divina.

Esse processo é comparável aos mistérios antigos de Eleusis, aos ritos de Osíris no Egito, e ao próprio Mistério da Paixão de Cristo. O sofrimento que precede a iniciação é o ventre simbólico do qual o novo homem renascerá.

Este Grau, em sua essência, é um convite à esperança. Ele nos diz que mesmo na mais densa escuridão, há uma luz que pode ser acesa. Que mesmo diante da morte simbólica, há um renascimento possível. Que por trás da cruz da dor há sempre uma rosa prestes a florescer.

Neste grau, o Maçom não apenas aprende — ele vive. Vive o drama do espírito humano, as provas da alma peregrina e a glória da iluminação. Ele se torna, enfim, um Cavaleiro Rosa-Cruz, herdeiro de uma tradição que une o templo à catedral, o alquimista ao cavaleiro, o Cristo ao iniciado.

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Na próxima publicação desta série, exploraremos juntos os segredos e ensinamentos dos Série Filosófica (19º ao 30º Grau), com 19º Grau, o Grande Pontífice.

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