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Grau 11 da Maçonaria – Sublime Cavaleiro dos Doze do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)

Recordamos aos Irmãos, bem como aos profanos interessados, que qualquer estudo sobre Maçonaria dirigido ao público externo deve conter somente informações de caráter geral — aquelas que já se encontram nos livros introdutórios de história, simbologia e filosofia maçônica. Os ensinamentos considerados reservados, transmitidos exclusivamente em Loja e nos momentos apropriados, permanecem restritos aos Iniciados da Ordem.

Portanto, tudo o que será exposto aqui está rigorosamente dentro dos limites do sigilo maçônico e tem como propósito maior promover o aperfeiçoamento ético, intelectual e espiritual daqueles que desejam beber dessa fonte de Luz que é a nossa Sublime Ordem Maçônica.

Também conhecido como Sublime Cavaleiro Eleito e Sublime Cavaleiro dos Doze, este grau marca um momento de transição moral e espiritual dentro do percurso maçônico. Após o julgamento e a vingança dos assassinos de Hiram Abiff, a paz havia voltado a reinar na corte do Rei Salomão. Em reconhecimento aos feitos heroicos e à lealdade dos Mestres Eleitos dos Quinze, Salomão decidiu premiá-los de forma solene.

O Contexto Histórico:

Após a execução dos culpados pela morte de Hiram Abiff, Salomão enfrentou a necessidade de estabelecer uma estrutura de governo mais sólida e representativa. O reino, que agora gozava de relativa paz, precisava de líderes que garantissem a manutenção da justiça e da moralidade.

A Escolha dos Doze

Salomão, conhecido por sua sabedoria inigualável, não apenas buscava recompensar os mestres que se destacaram por sua lealdade e coragem, mas também desejava criar um modelo de administração que refletisse os valores da equidade, da justiça e da liderança moral.

Para tanto, o rei optou por um ritual simbólico: reuniu os nomes dos quinze Mestres Eleitos que participaram da perseguição e julgamento dos assassinos de Hiram e, por meio de um sorteio ritualístico, escolheu doze nomes. Estes foram então elevados ao título de Cavaleiros Eleitos dos Doze.

O Papel dos Doze Líderes

Cada um desses Cavaleiros foi designado como chefe de uma das Doze Tribos de Israel, tornando-se o representante direto de Salomão junto ao seu povo. Era uma posição que exigia equilíbrio, compaixão, coragem e sobretudo fidelidade aos princípios divinos e às Leis estabelecidas.

Salomão, pessoalmente, transmitiu aos Doze os conhecimentos esotéricos e práticos relacionados ao Tabernáculo, à Lei Mosaica e à legislação tradicional que regia o povo de Israel.

Um Modelo de Governo Inspirado na Justiça

Este momento histórico dentro da tradição simbólica da Maçonaria representa um marco de evolução administrativa e espiritual. A descentralização do poder e a delegação de autoridade para líderes moralmente preparados refletem o ideal de um governo justo, democrático e participativo.

Cada Cavaleiro Eleito dos Doze carregava não apenas uma responsabilidade política, mas um compromisso espiritual: ser o elo entre o povo e a vontade divina.

A designação remete diretamente à divisão tradicional do povo hebreu nas Doze Tribos, descendentes dos filhos de Jacó, também conhecido como Israel. Essas tribos eram: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José (dividida entre Efraim e Manassés) e Benjamim.

Com a ascensão dos novos líderes, a autoridade de Salomão consolidou-se ainda mais. Todos os inimigos do rei e, por extensão, os inimigos de Deus foram derrotados, trazendo ao reino uma nova era de ordem e harmonia.

Leitura Bíblica

No início dos trabalhos neste grau, o Livro da Lei deve ser aberto e lido. A leitura ritualística é:

O Primeiro Livro dos Reis – Capítulo 6, versículos de 11 a 14:

11 – Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12 – Quanto a esta casa que tu estás edificando, se andares nos meus estatutos, e executares os meus preceitos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, que falei a Davi, teu pai;
13 – E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel.
14 – Salomão, pois, edificou aquela casa e a acabou.

Ornamentação da Loja

A Loja onde se confere este grau é revestida de negro, simbolizando o luto pelas lutas travadas, mas também a solenidade e a gravidade do momento. O ambiente é adornado com corações flamejantes, representando o zelo e a paixão pela justiça.

A iluminação da Loja é feita por 15 luzes, dispostas em três grupos de cinco: um diante do Presidente e um diante de cada um dos Vigilantes.

Lições para o Maçom Contemporâneo

Ao alcançar este grau, o Iniciado é convidado a refletir sobre sua própria capacidade de liderança. O exemplo dos Doze ensina que liderar é servir, ouvir e agir com justiça e compaixão.

O Maçom é lembrado de que o verdadeiro poder não reside na imposição, mas na capacidade de inspirar confiança, promover a harmonia e trabalhar incansavelmente pelo bem comum.

Sugestão de imagem: Salomão no trono, com os Doze Cavaleiros de pé diante dele, cada um portando o avental e o punhal distintivos do grau, com ao fundo uma representação das Doze Tribos de Israel.

Insígnias do Grau

  • Avental: Branco, forrado e debruado de preto, com a abeta preta. No corpo do avental, destaca-se um bolso com uma cruz bordada em vermelho.
  • Fita: Negra, com coração flamejante bordado, representando o fervor, a dedicação e o amor pela justiça e a frase em latim: “Vincere aut mori” – Conquistar ou morrer.
  • Jóia: Um punhal, símbolo da decisão, da justiça e da força moral.
  • Indumentária: Todos os irmãos devem estar trajados de preto, reforçando a solenidade e a reflexão que este grau exige.

Lições Éticas e Filosóficas do Grau

Este grau trata especialmente da Compaixão, que deve ser estendida não apenas aos irmãos, mas também a toda a humanidade necessitada. Ele também ressalta a Fidelidade, que deve ser mantida em todas as circunstâncias, mesmo diante das maiores adversidades.

Além disso, o grau convida à reflexão sobre as diversas formas de governo, exaltando as virtudes da Democracia, entendida aqui como um regime em que o governante deve atuar em benefício do coletivo, evitando a corrupção, a degradação moral e a perda da ética na administração pública.

O Neófito, agora como um dos Eleitos dos Doze, é conduzido a vivenciar a situação de Bendecar, o pastor do País de Ghet, no sentido de verificar seu espírito de compaixão — qualidade indispensável para quem deseja dedicar-se ao bem-estar do próximo.

Sem essa virtude, alerta a tradição, todo dirigente tende a cair nos vícios do poder, tornando-se um agente de corrupção e desordem.

A Maçonaria, neste estágio, reforça que todos devem ser considerados iguais em princípio, desde que sejam suscetíveis de aperfeiçoamento moral e intelectual. Este conceito, quando aplicado, torna-se um fator de esperança para a paz, a tranquilidade e a confiança no seio da Ordem, além de ser um elemento de segurança para a Pátria.

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Na próxima publicação desta série, exploraremos juntos os segredos e ensinamentos do 12º Grau, o Grão-Mestre Arquiteto.

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