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Estranha Mulher: A Maçonaria em Poema de Maria Ivone

“Eu sei que ela existe, (embora eu nunca a veja…)
Mulher estranha de mãos imensas, semeando esmolas misteriosamente, cercada de respeito, de lendas e de temor
as mãos dessa mulher tem forma de amor
mãos que ninam os berços da orfandade,
mãos que põem luz na noite da viuvez,
mãos que cortam o erro como espadas
mãos que abençoam, que denunciam crime
e que trazem, no gesto que redime,
toda a unção das próprias mãos de Deus.

Essa mulher tem a graça das Acácias,
a ternura de quem consola a dor alheia,
o bem que ela faz gravando só na areia,
vem a onda e o leva ao seio do grande Artista
que vela sobre o triste, o fraco e o oprimido.

Essa mulher, se escuta algum gemido,
se pressente a dor, a injustiça, a queda,
como o vento desloca-se flexa, ousada e firme
na pressa de salvar, servir e se esconder.
Ela está de pé às portas da miséria…
Junto ao incapaz, ela é o braço potente, amparo
ela o é ao lado do indigente
arrimo da velhice, luz da juventude,
e ante a própria morte, aos pés do ataúde,
essa mulher é esteio, é força e segurança.

Seus braços, quais colunas talhadas na rocha,
já sacudiram tronos, muralhas e cidadelas,
já aniquilaram grandes, exaltando os pequenos,
já fizeram ruir a empáfia dos falsos nobres,
já libertaram escravos e enriqueceram os pobres,
já ergueram nações sobre cinzas de impérios…

Ela já viu morrer os filhos em prol da liberdade,
e, embora chorando sobre seus tristes restos,
seu braço ergueu, em sagrado protesto,
a bandeira santa do amor universal.

De sua mesa farta, tal como em família,
reparte ela o pão da graça feminina,
sem humilhar aquele a quem sobrou pobreza,
e sua mão direita, segundo o evangelho,
jamais presenciou o que a esquerda fez.

A ordem do Senhor:
“Amai-vos uns aos outros” à frente do seu Templo
essa mulher gravou,
e como irmãos se tratam milhões de filhos seus,
homens predestinados, cidadãos benditos
que não se envergonham – oh não – de crer em Deus.
Essa mulher estranha, sem jóias e sem fraqueza
essa mulher estranha, temida e venerada,
mil vezes perseguida, vencendo com galhardia,
é cidadã do mundo, é a MAÇONARIA.”


Poema de Maria Ivone Corrêa Dias
Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás

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