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Acácia Amarela: Luiz Gonzaga e a Canção Maçônica

Acácia Amarela: Uma Homenagem Musical Maçônica

Ela é tão linda é tão bela
Aquela acácia amarela
Que a minha casa tem
Aquela casa direita
Que é tão justa e perfeita
Onde eu me sinto tão bem

Sou um feliz operário
Onde aumento de salário
Não tem luta nem discórdia
Ali o mal é submerso
E o Grande Arquiteto do Universo
É harmonia, é concórdia

A canção Acácia Amarela é uma obra de cunho simbólico e maçônico, composta por dois irmãos de ofício e da música: Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.

Luiz Gonzaga Nascimento, conhecido nacionalmente como o “Rei do Baião”, nasceu em 13 de dezembro de 1912 na Fazenda Caiçara, localizada no município de Exu, sertão pernambucano. Filho do sanfoneiro Januário e de Dona Santana, tornou-se uma das figuras mais emblemáticas da música nordestina. Sua iniciação na Maçonaria ocorreu no dia 3 de abril de 1971, na Loja Paranapuan, situada na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

Orlando Silveira Oliveira Silva, por sua vez, nasceu em 27 de maio de 1925. Com formação em Direito, dedicou-se intensamente à música por mais de quatro décadas. Atuou como maestro, arranjador, compositor e acordeonista. Iniciou sua trajetória maçônica em março de 1974, na Loja Adonai, também no Rio de Janeiro. Veio a falecer em 22 de dezembro de 1993.

Segundo o pesquisador maçônico José Castellani, no seu Dicionário Etimológico Maçônico, a acácia era considerada uma árvore sagrada no antigo Egito, sendo chamada de shen nos hieróglifos. Na tradição rosa-cruz, acredita-se que a cruz na qual Jesus foi crucificado teria sido feita de madeira de acácia. Essa mesma madeira aparece em diversas passagens do Antigo Testamento: a Arca da Aliança (Êxodo 25:10), a mesa dos pães da proposição (Êxodo 25:23) e o altar dos holocaustos (Êxodo 27:1) foram todos confeccionados com acácia. No contexto maçônico, esse símbolo carrega múltiplos significados: representa a iniciação, a pureza, a imortalidade da alma e a ressurreição — esta última inspirada pelas tradições místicas tanto hebraicas quanto árabes.

Gravada pela primeira vez em 1982, Acácia Amarela integrou o LP “Eterno Cantador”, lançado pela gravadora RCA-Victor. Em 1998, a faixa foi relançada em formato CD. Ainda em 1997, por iniciativa do Grande Oriente do Brasil, a canção ganhou uma nova versão sinfônica, dentro do projeto “Classes Musicais”, durante o evento “Compasso para o Futuro”. Essa interpretação contou com a Orquestra Sinfônica e o Coral Baccarelli, sob a regência e arranjos do Maestro Sérgio Kuhlmann.

A música foi composta em homenagem a Luiz Gonzaga, durante sua participação em um programa apresentado por João Silvestre na TV Tupi. Essa união entre arte e Maçonaria reflete a profunda ligação entre os valores simbólicos da Ordem e a cultura brasileira.

Por que a Maçonaria é Linda?

A beleza da Maçonaria não está apenas em seus rituais solenes, nas palavras antigas ou nas vestes carregadas de significado. Ela reside, sobretudo, na silenciosa transformação que opera no coração do homem que verdadeiramente se deixa iniciar. A Maçonaria é linda porque é uma escola da alma, onde se ensina a edificar o Templo Interior com as pedras da Virtude, da Razão e do Amor.

Ela é linda porque fala sem gritar, age sem alarde, ilumina sem cegar.
No mundo do barulho, da pressa e do ego, a Maçonaria ensina a pausa, o ritual, o sentido.
Diante do caos, ela oferece a Ordem.
Diante da injustiça, ela recorda o Dever.
Diante da mentira, ela defende a Verdade.
Diante da solidão espiritual, ela oferece a Fraternidade.

É linda porque resgata o homem de si mesmo.
Aquele que entra profano e inquieto, aos poucos se torna iniciado e sereno. Aprende que não basta saber, é preciso compreender. Não basta repetir, é preciso sentir. Não basta parecer bom, é preciso ser justo.

A Maçonaria é linda porque não impõe um dogma, mas propõe um Caminho.
Não promete recompensas externas, mas exige sacrifício interno.
Ela é feita para os fortes, mas acolhe os que desejam se tornar melhores.
Não é um fim, mas um meio para o aperfeiçoamento.
Não é uma religião, mas aponta para o Sagrado.
Não é um partido, mas prega a Liberdade.
Não é uma filosofia, mas inspira o Pensamento.
Não é uma caridade vazia, mas uma Fraternidade consciente.

A Maçonaria é linda porque coloca a bússola na mão e o esquadro no coração.
Ensina o homem a medir suas palavras, alinhar seus atos, lapidar seus instintos.
Ensina que o verdadeiro templo não é feito de pedra, mas de gestos, silêncios e escolhas.
Que o altar mais elevado está dentro de si mesmo.
Que a Luz buscada fora sempre esteve velada no íntimo.

Ela é linda porque cultiva o mistério, mas não para esconder, e sim para preservar o que é sagrado.
Porque vela os seus símbolos, não por elitismo, mas por respeito à profundidade do que eles contêm.
Porque conduz o homem por degraus simbólicos, não para engrandecê-lo socialmente, mas para torná-lo digno de servir.

A Maçonaria é linda porque foi tecida pelos séculos, com sabedoria ancestral, com suor de mártires, com a inspiração dos grandes espíritos que atravessaram a História.
Porque, entre colunas e câmaras simbólicas, ela abriga as perguntas eternas — e oferece, a cada buscador sincero, uma lanterna interior.

Por tudo isso, a Maçonaria é linda.
E aquele que realmente a vive, não a esquece mais — pois ela é um espelho limpo diante do qual o verdadeiro eu começa a surgir.

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