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A Morte das Lendas e o Silêncio das Lojas Maçônicas

“Atualmente. Lendas não atraem os jovens, talvez as de filmes sim (até a literatura anda abandonada…). Mesmo a Verdade das coisas não importa. Um paradoxo! O que alimenta os “homens” de hoje é o entretenimento e a informação pronta, não importando sua veracidade. Eis alguns dos elementos do declínio da sociedade: a fomentação da Tolerância e do Progressismo (que destrói os valores antigos). Uma faca de dois gumes, onde as instituições que apoiam esses movimentos, serão as que se destruirão de dentro pra fora…”

Vivemos uma era marcada por um profundo esvaziamento simbólico. A tradição, os mitos, os ritos e até mesmo a busca pela Verdade foram relegados a um plano inferior, substituídos por doses constantes de entretenimento superficial e informações moldadas para agradar, não para esclarecer. Essa realidade impacta não apenas o tecido social, mas também instituições que, por séculos, sustentaram os pilares espirituais, éticos e filosóficos da civilização ocidental — entre elas, a Maçonaria.

O Fim da Busca pela Verdade

A geração atual não quer mais subir degraus em busca da Luz. Ela deseja que a Luz venha até a palma da mão, em pixels e notificações. A Verdade, com V maiúsculo, não é mais uma meta — é um incômodo. A inquietação filosófica foi vencida pela distração constante. O que importa não é o que é verdadeiro, mas o que é fácil, rápido e confortável. E assim, o homem deixa de ser um Iniciado e torna-se apenas um usuário.

Como exigir de um jovem que medite sobre Hiram Abiff se ele sequer sabe esperar o carregamento de uma página por cinco segundos? Como convidá-lo a velar os Mistérios da Tradição se sua atenção está viciada em estímulos imediatos, flashes e reels? Não é que a Maçonaria tenha perdido seu valor. É que o mundo perdeu a paciência para escutar sua voz.

Tolerância e Progressismo: O Veneno Disfarçado

A Tolerância, outrora virtude nobre, hoje é distorcida em permissividade relativista. O Progressismo, que deveria significar evolução consciente, tornou-se sinônimo de destruição de toda base que remete ao passado. As colunas do Templo estão sendo corroídas pela infiltração de valores fluidos, onde tudo pode, tudo é válido, e nada é permanente.

A tentativa de tornar-se “relevante” aos olhos de uma sociedade em decadência custou caro a muitas Lojas. Ao trocarem a iniciação por filantropia descomprometida, a Tradição por eventos sociais, e o silêncio dos rituais pelo ruído das opiniões políticas e ideológicas, elas abriram as portas à sua própria dissolução.

A faca de dois gumes é clara: ao acolher os ventos do mundo moderno sem filtros, essas instituições deixam de ser âncoras e tornam-se folhas ao vento. E aquilo que não tem raiz, facilmente se quebra.

A Lenda Morre Quando Ninguém Mais a Escuta

A Maçonaria é uma escola de símbolos, de silêncio, de Verdades ocultas sob véus. Mas o símbolo exige interpretação, o silêncio exige escuta, e a Verdade exige busca. Três atitudes que se opõem diametralmente à cultura do agora, do ruído e da superficialidade. Quando as lendas são abandonadas, o Iniciado deixa de nascer. Quando o rito perde sua função interior, o Templo se transforma em um palco vazio.

O que vemos hoje, em muitas Lojas, é o sintoma de uma agonia. O abandono dos rituais profundos em nome da praticidade; a banalização da iniciação em nome do crescimento numérico; a substituição da espiritualidade pelo ativismo social. Tudo isso é reflexo de uma adaptação equivocada ao mundo exterior, enquanto o mundo interior permanece vazio.

O Caminho de Volta

Há solução? Sim, mas ela exige coragem: a coragem de não ser popular. A Maçonaria deve recuperar sua dimensão esotérica, iniciática e tradicional — mesmo que isso custe-lhe membros, aplausos e likes. Deve voltar a ser Templo, e não clube; caminho de reintegração, e não rede de influências; oficina de almas, e não vitrine de vaidades.

Que as Lendas voltem a ser contadas, não para entreter, mas para formar. Que a Luz volte a ser buscada, mesmo em meio à escuridão informacional. E que os Templos resistam — firmes, silenciosos e profundos — como sempre foram, guardiões da Sabedoria perene.

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