
No âmbito das práticas ritualísticas da Maçonaria, é regulada a celebração conhecida como “Reconhecimento Conjugal” ou “Reafirmação Conjugal”, também conhecida como “Bodas”. Trata-se de uma cerimônia simbólica, profundamente ética, com nuances poéticas, cujo propósito é reforçar em Loja os laços matrimoniais previamente estabelecidos perante as leis civis do país.
Este Reconhecimento, erroneamente chamado por alguns de “casamento maçônico”, é promovido a pedido do Irmão interessado e não substitui de forma alguma o casamento legal. A Reafirmação, por sua vez, pode ocorrer após dez anos de união civil e tem como objetivo prestigiar a trajetória conjugal do casal, celebrando sua fidelidade, cumplicidade e amor constante. Ambas cerimônias somente serão realizadas quando houver justificativa e solicitação formal.
A Ordem, ao homenagear a união matrimonial, reforça seu compromisso com os valores que sustentam a família e entende que a mulher: símbolo de nobreza, ternura e equilíbrio, representa parte essencial da harmonia social. É importante reforçar que a Maçonaria, com este ato, não está realizando um novo matrimônio, mas celebrando os princípios que sustentam o enlace que já foi reconhecido pelo Estado, conferindo-lhe um brilho moral por meio de seus preceitos.
O casamento, sob essa ótica, nasce do entendimento mútuo, da devoção, do respeito e do amor partilhado. O Reconhecimento Conjugal, assim, é a confirmação desses sentimentos elevados, longe de qualquer rito religioso, e sem intenção de substituí-lo. Trata-se de uma reafirmação solene, sob a luz da Loja, da união que floresce sob os preceitos legais e que tem no amor sua base mais forte.
A Maçonaria valoriza a mulher como símbolo da esperança, da doçura e da fé. Enxerga nela a parceira ideal, inspiradora dos mais nobres sentimentos e digna da mais sincera admiração. Ela é a força afetiva que sustenta o lar e os princípios que nos conduzem ao aprimoramento pessoal e coletivo.
Para participar do cerimonial, o casal deve apresentar prova de casamento civil e, quando aplicável, religioso. Esses documentos são lidos pelo Irmão Secretário durante a cerimônia. O Irmão Orador, responsável por zelar pela legalidade da Ordem, profere seu parecer e expressa reflexões acerca dos laços matrimoniais do casal.
A Sessão será pública, destinada exclusivamente a este fim. Toda a Loja é convidada a participar, bem como os familiares e amigos do casal. O Templo será ornamentado com flores, com destaque para o branco. Os Maçons usarão vestimenta escura com flor branca na lapela. O uso de balandrau não é permitido. O casal poderá usar roupas formais ou trajes tradicionais, a critério pessoal.
A cerimônia pode ocorrer em qualquer data e horário, desde que acordado com a Loja. Ao final do ato, é entregue um Diploma de Reconhecimento, assinado pelas autoridades competentes e registrado na Potência.
O Templo será decorado com ramos de murta e flores predominantemente brancas. Os altares recebem arranjos florais, e os Irmãos trarão na lapela uma flor branca com fita.
Os Irmãos que participarem diretamente da cerimônia estarão com traje escuro, gravata e luvas brancas. Os que estiverem nas primeiras fileiras portarão espadas. Os demais estarão com trajes completos, conforme preferirem.
No Oriente, diante do altar do Venerável, ficará o Altar da Consagração, com todos os elementos simbólicos: vara de cristal, cordão de união, alianças, vinho, água, taça e a Bíblia. Ao lado, haverá uma pequena coluna com o braseiro. Próximo, sobre um tapete azul, duas cadeiras para o casal.
As colunas de flores e a disposição do Templo criam uma atmosfera acolhedora e respeitosa. O esposo usará insígnia e avental, e as meninas que levarão as alianças ficarão próximas ao altar.
A noiva estará com traje nupcial tradicional, caso deseje, pois é opcional. Os padrinhos terão lugar reservado. É recomendável uma coluna musical que toque melodias apropriadas.

Pelas paredes do Templo, inscrever-se-ão frases como:
- “Que vossos corações se entendam para sempre.”
- “Consentimento mútuo e vida compartilhada são a essência do matrimônio.”
- “Entre cônjuges, não há superior ou inferior, pois o amor é a verdadeira medida da igualdade.”
Os trabalhos se iniciam no Grau de Aprendiz, onde o Venerável Mestre anuncia a suspensão dos sinais e baterias, nomeando uma Comissão para recepção das senhoras e visitantes. O Mestre de Harmonia coordena a trilha sonora da cerimônia.
Dar-se-á a entrada dos convidados: parentes, amigos, Lojas visitantes e autoridades maçônicas. Os aplausos acompanham sua chegada, e as senhoras recebem pequenos buquês com laço branco.
Em seguida, o Mestre de Cerimônias, acompanhado dos Irmãos Examinadores, conduz o casal, padrinhos e filhos ao Templo, com música solene. Ao chegar ao Oriente, o Venerável desce de seu trono para oferecer flores à esposa. Depois, retoma sua posição e inicia a entrada do Pavilhão Nacional. Em seguida, é feita a leitura pausada e clara do roteiro.
Cerimonial
VEN∴ – ()
1º VIG∴ – ()
2º VIG∴ – ( )
(A marcha que estava sendo executada pela coluna de harmonia, cessa).
VEN∴ – Caros Irmãos, excelentíssimas senhoras, meus senhores. A finalidade desta reunião é conferir a consagração maçónica a uma união matrimonial, já realizada perante a lei civil do país.
Ir∴ M∴ de CCer∴, conduzi o Ir∴ Orador para abrir o Livro da Lei, na parte correspondente aos fins da cerimónia, que vamos iniciar. ( ) Em pé.
(O Ir∴ Orador abre a Bíblia em São Mateus, cap. 19 v. 5 e lê):
“Deixará o homem pai e mãe, para se unir à sua mulher e serão os dois uma só carne”.
VEN∴ – ( ) – Sentemo-nos.
Irmãos, senhoras e senhores. O acto que vamos realizar é de magna importância e significação para os cônjuges e para a sociedade.
O espírito de compreensão, nobreza e fraternidade, que emana da Instituição Maçónica, pode, sem dúvida, muito concorrer para tornar indissolúvel o casamento, quando o Maçom é um dos cônjuges. A nossa intervenção reveste-se, assim, de um alto valor social e nós nos felicitamos por esta oportunidade de exercermos o nosso fraterno ministério.
Peço-vos, Irmãos, Senhoras e Senhores, o favor de prestardes a esta Consagração toda a atenção, imposta pela solenidade do acto.
(Pausa.)
Senhoras e Senhores – Conquanto a Maçonaria não seja uma religião, ela tem de todas o denominador comum, e os Maçons não se empenham em nenhuma empresa, sem antes invocar o auxílio do Gr∴ Arq∴ do Univ∴. Invoquemo-lo.
VEN∴ – ( )
1º VIG∴ – ( )
2º VIG∴ – ( )
VEN∴ – Meus Irmãos, em pé, espadas na mão.
(Todos os Maçons se levantam e tomam das espadas, na mão esquerda, de ponta para baixo, ao longo do corpo, sem se porem à ordem. A música executa um “trémulo” em surdina. O Ven∴ Mestre posta-se junto ao braseiro e eleva as mãos para o Delta):
Ó Gr∴ Arq∴ do Universo! Graças a Ti, a Terra e os Mundos se movem e brilham no espaço infinito.
Tu criaste o Homem e a Mulher e nos seus corações gravaste a Lei do Amor, da União e do Progresso, que lhes serve de guia na senda da felicidade.
A nós Maçons, foi dado compreender essa sublime Lei, e nós vimos, humildemente, render-Te uma nova homenagem e pedir-Te, Senhor, faças descer sobre nós uma centelha de Tua inteligência infinita, a fim de que as nossas palavras e os nossos votos sejam a expressão de Tua vontade suprema.
Que essa Luz seja representada pelo fogo deste Altar (deita licopódio no braseiro), e que a pureza, de que ele é o emblema, se estenda sobre todos quantos estão neste Templo, rendendo homenagem à sua Lei.
Ó Gr∴ Arq∴ do Universo, acolhe favoravelmente os nossos votos e inspira-nos! (Todos os Irmãos). – Assim seja!
VEN∴ – Sentemo-nos.
(Todos se sentam. Nesse momento, batem exteriormente 4 golpes iguais na Porta do Templo).
1º VIG∴ – Ven∴ Mestre, alguém bate à porta do nosso Templo.
VEN∴ – Ir∴ 1º Vig∴, fazei o Ir∴ Exp∴ ir ao vestíbulo e ver quem assim bate.
1º VIG∴ – Ir∴ Exp∴ verificai quem assim bate.
(O Ir∴ Exp∴ sai do Templo, vai ao vestíbulo, entra novamente e faz a sua comunicação ao ouvido do 2º Vig∴. Este se levanta, deixa o seu Altar e comunica o que soube ao ouvido do 1º Vig∴. O Exp∴ e o 2º Vig∴ voltam aos seus lugares de ofício).
1º VIG∴ – Ven∴ Mestre, tenho uma grata notícia a dar-vos: é um nosso Irmão do Quadro, que acaba de se unir pelos laços civis do matrimonio a uma distintíssima senhorinha e pede, para ambos, o reconhecimento maçónico da sua união e a sanção fraternal da Loja.
VEN∴ – Ir∴ 1º Vig∴, fazei o Ir∴ Exp∴ pedir os nomes de cada um dos esposos, bem como a profissão, domicílio, idade e grau maçónico do marido. O Ir∴ Exp∴ colherá também os nomes dos padrinhos, para que tudo seja devidamente inscrito no Livro Azul da nossa Loja.
(O Ir∴ Exp∴ sai, vai ao vestíbulo, volta trazendo um papel que entrega ao Ir∴ 2º Vig∴. Este se levanta, vai ao Ir∴ 1º Vig∴ e entrega-lhe o que recebeu, voltando ao seu lugar. O 1º Vig∴ diz:)
1º VIG∴ – Ven∴ Mestre, trata-se do nosso estimado Ir∴ … … …, profissão … … …, com … … … anos de idade, grau … … …, residente na Rua … … …, que se consorciou com a senhorinha … … … perante a Lei Civil, e desejam ambos o reconhecimento da Maçonaria. Os padrinhos são: … … …
VEN∴ – Ir∴ M∴ de CCer∴, fazei-vos acompanhar por 3 Irmãos munidos de estrelas, para introduzirem os dois esposos e os seus padrinhos até o Altar.
Convido os Irmãos das Colunas a formar, na sua passagem, a abóbada protectora. Quanto a nós, IIr∴ VVig∴, saudemo-los, quando entrarem, com a bateria de 4 golpes iguais.
(A porta abre-se, os esposos assomam à porta).
VEN∴ – (
)
1º VIG∴ – (
)
2º VIG∴ – (
)
VEN∴ – Em pé.
(Todos se levantam. Forma-se a abóbada de aço. A Coluna de harmonia executa a Marcha Nupcial. Entra o cortejo na seguinte ordem: O M∴ de CCer∴ e os 3 IIr∴, os padrinhos e, por fim, os esposos; o marido dando o braço esquerdo à esposa. Os esposos e os padrinhos ficam em frente ao Altar de Reconhecimento. O Ven∴ bate, a música cessa).
VEN∴ – (Aos esposos) – Caro Irmão e distinta senhorinha … … …, que desejais de nós?
O ESPOSO – Ven∴ Mestre, tendo satisfeito a Lei Civil, seremos felizes se recebermos a Consagração Maçónica da nossa união e a sanção fraternal desta Loja.
VEN∴ – Sede bem-vindos e também louvados por terdes pensado em trazer ao acto mais solene das vossas vidas a presença da Maçonaria. Tende a bondade de vos sentar.
(E dirigindo-se à assistência):
Sentemo-nos.
(Todos se sentam).
VEN∴ – Meu caro Irmão e minha distinta cunhada. Não ignorais que o casamento é, simultaneamente, um acto social e um acto religioso.
Apreciado como um acto social, casar é escolher, com natural discernimento, por inclinação espontânea e sem interesse subalterno, a pessoa com quem se vai viver a vida inteira. A lei natural do Amor reprova todo o cálculo, especulação ou malícia.
O casamento constitui um solene pacto, fundado na livre e espontânea vontade dos nubentes. Vós acabais de contrair este solene pacto, sob os auspícios das vossas famílias e dos vossos amigos, que vos desejam uma vida próspera e feliz.
O marido é o chefe da sociedade conjugal, mas a mulher assume, pelo casamento, com os apelidos do marido, a condição da sua companheira, consorte e auxiliar nos encargos da família. É o casamento que torna a mulher membro activo do corpo social.
Ambos os cônjuges, segundo a Lei Civil, têm quatro deveres essenciais: fidelidade recíproca, vida em comum, mútua assistência e sustento, guarda e educação dos filhos. As leis do matrimónio são, porém, suaves para os que se amam, como vós. A comunidade social se rejubila com a constituição de uma nova família. Isso, porém, sem o matrimónio, isto é, sem a família, não há sistema social. Por isso, todo atentado contra o matrimonio é um ultraje à sociedade. Quanto maior número de famílias bom constituídas num país, tanto menor o número de transgressões e crimes.
O matrimonio torna o homem mais prudente e mais virtuoso. Só um monstro poderia legar à sua descendência o pecado ou o opróbrio.
O casamento emancipa o homem e a mulher. Unindo-os, converte-os numa célula social, apta ao desenvolvimento das suas faculdades criadoras.
(Pausa).
VEN∴ – O interesse da sociedade reside na indissolubilidade do matrimónio, e não no divórcio, que consideramos, todavia, um mal necessário, o remédio inglório dos casamentos frustrados.
Para alcançar a indissolubilidade, é preciso que os cônjuges tenham, entre si, compreensão e tolerância, comprazimento e magnanimidade, renúncia e harmonia. Entre os que se amam não há senhor nem serva, tampouco tirano nem escrava: a Lei do Amor é igualitária.
Esta varinha de cristal é um símbolo do que vos digo. Pode durar eternamente, se estiver ao abrigo da brutalidade e da violência. Mas pode partir-se, se uma pressão impetuosa for superior à sua capacidade de resistência.
(Parte a varinha).
Temos a certeza, porém, todos nós que aqui estamos, de que este cristal da vossa união permanecerá incólume, para a eternidade. A Lei do Senhor assim o diz, em São Paulo aos Efésios: “Assim também, vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o seu marido”. Devo recordar-vos, caro Irmão e minha cara cunhada, que o matrimónio perfeito é indispensável à exacta formação moral dos filhos. Estes constituem a esperança e o orgulho das famílias e é por eles que se dá a renovação incessante do género humano e a perpetuação das Pátrias. Os filhos são os membros promissores da grande família humana e o futuro da humanidade depende da educação que receberem. Lembrai-vos que a paternidade e a maternidade trazem consigo a imposição de indescritíveis obrigações. No Livro Sagrado, o Salmo 128 traça o carácter de um lar feliz: “A tua mulher será no retiro da tua casa a videira frutífera. E os teus filhos, como pimpolhos de oliveira, estarão ao redor da tua mesa”.
(Pausa.)
Caro Irmão e minha cara cunhada. Como um acto religioso, o casamento é uma cerimónia consagratória.
Regulado segundo os preceitos maçónicos, pode estabelecer sobre bases fraternais e imutáveis a união indissolúvel de duas existências.
1º VIG∴ – O nosso Código Moral é milenário e fixa os deveres dos Maçons para com Deus, os seus semelhantes e consigo mesmo; fixa igualmente os seus deveres para com a mulher e os seus deveres como esposo e como pai.
A doutrina maçónica faz o Maçom distinguir entre o verdadeiro e o falso, compreender a verdade e o erro, dissipar os preconceitos e as superstições, adquirindo noções claras, sadias, inteligíveis à razão; só a verdade liberta. No campo moral, o Maçom está abalizado entre o Dever e a Honra, obediente à Lei, fiel à Pátria, temente a Deus.
VEN∴ – Um homem, assim estruturado, é um elemento capaz de contribuir para a edificação de um lar feliz. A esposa desde logo, mercê da sua formação moral, é um espontâneo elemento de consolidação, sensível à compreensão dos ideais gerais da nossa Sublime Ordem.
É então que a sociedade conjugal se torna uma comunhão. O amor, a confiança recíproca, a fé, o devotamento, tudo nasce do mesmo espírito, da mesma alma, do mesmo coração.: Cor uno et anima una, um só coração, uma só alma.
O nosso inesquecível Irmão Ruy Barbosa, glória eterna da nossa nacionalidade, sentenciou: “A família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos, a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença e o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegação, um tecido vivente de almas entrelaçadas”!
2º VIG∴ – Os Maçons rendem culto à mulher, como mãe, como esposa e como filha. Reconhecemos na mulher a providência moral do género humano, fundamento e segurança do Lar. No tocante ao devotamento conjugal, a Maçonaria consagra os nomes de Penélope, aguardando durante vinte anos a volta de Ulisses – o herói de Tróia, e Eponina sacrificando a vida para acompanhar o esposo, Sabino, imolado pelo Imperador Vespasiano!
(Pausa.)
VEN∴ – Caro Irmão e caríssima cunhada. Conheceis agora os deveres mútuos e sagrados do matrimónio, como os entende a Maçonaria. Persistis em pedir-nos que confirmemos, em nome da Maçonaria Brasileira e Universal, em presença dos nossos Irmãos e das vossas famílias e amigos, o acto civil contraído por vós?
OS ESPOSOS – Sim, Ven∴ Mestre.
VEN∴ – Levantai-vos.
(Os esposos levantam-se).
VEN∴ – () – Em pé, espada à mão, meus Irmãos.
(Toda a assistência se levanta. Os IIr∴ mantém a espada na mão esquerda ao longo do corpo, sem o sinal de ordem).
VEN∴ – Caro Ir∴ … … … declarais terdes tomado para a vossa legitima esposa a senhorinha … … …, desde hoje a nossa cunhada?
O MARIDO – Sim, Ven∴ Mestre.
VEN∴ – Caríssima cunhada … … … declarais tendes aceite por legitimo esposo o nosso Irmão?
A ESPOSA – Sim Venerável.
VEN∴ – Irmão … … …, jurais sobre o Livro Sagrado, a vossa esposa, amor, fidelidade, devotamento e protecção?
O MARIDO – Eu o juro!
VEN∴ – Cara cunhada … … …, jurais ao vosso marido, amor, fidelidade, devotamento e confiança?
A ESPOSA – Eu o juro!
(O Ven∴ desce do Trono e lança incenso na caçoila).
VEN∴ – Que os vossos desejos e os vossos votos, para a vossa prosperidade e felicidade, subam aos céus, como este perfume que se evola. Que se gravem nos vossos corações estas palavras sacramentais: “AMOR RECÍPROCO, COMUNHÃO DE VIDAS”.
Colocai, meu Irmão, a vossa mão esquerda sobre a mão direita da vossa esposa, para a imposição do Cordão Conjugal.
(Os esposos obedecem. O Ven∴ deixa uma das pontas do Cordão sobre o seu ombro direito e a outra ponta coloca sobre as mãos unidas dos esposos)
VEN∴ – Que este Cordão, branco e azul, emblema da pureza e da ternura, simbolize o fundamento da vida, que ides empreender em comum.
(Pausa).
Meu Irmão, derramai na taça vazia o vinho, emblema da vida (executa-se). E vós, minha cunhada, sobre este vinho, juntai água (executa-se), emblema da purificação.
Meu Irmão, oferecei à vossa esposa a mistura de vinho e água (executa-se), e vós também, minha cunhada, oferecei ao vosso esposo a taça em que bebestes (executa-se).
Na mistura íntima de água e vinho está o símbolo da comunhão das vossas almas.
(Pausa) ; (Toma-se as alianças).
VEN∴ – Irmão … … …, dai à vossa esposa e ponde no seu dedo a aliança, significativa de união e fidelidade. (O marido executa).
VEN∴ – Cara cunhada … … …, dai ao vosso esposo a aliança, de que a forma circular é o emblema de perpetuidade. (A esposa executa).
VEN∴ – Vou agora dar-vos a Consagração. Inclinai-vos. (Tira do pescoço a Jóia do grau).
(Os esposos inclinam a cabeça. O Porta-Estandarte alça o pavilhão da Loja. O Ven∴ estende a mão direita sobre as cabeças dos esposos, tendo na mão, pendente, a Jóia do seu grau).
À Glória do Gr∴ Arq∴ do Univ∴! Em nome e sob os auspícios de nossa Potência Maçônica, em virtude dos poderes que me foram conferidos, eu vos confirmo os laços sagrados do matrimónio e vos concedo a Consagração Maçónica que merecem as vossas virtudes. Possa o Ser Supremo, abençoando a vossa união vos proporcionar toda a felicidade possível nesta vida, partilhando de um destino comum. Assim Seja!
TODA A LOJA – Assim seja!
(Os esposos levantam a cabeça. O Ven∴ volta ao Trono e repõe a sua Jóia).
VEN∴ – A Maçonaria se rejubila por este acto de tanta grandeza moral. Saúdo com emoção, em nome da Maçonaria Brasileira e Universal, o distinto par. Que ambos vejam os filhos dos seus filhos até à terceira e quarta geração e atinjam uma venturosa velhice.
(Pausa.)
Ir∴ M∴ de CCer∴, trazei os esposos ao Oriente.
(A ordem é executada. O marido fica à esquerda do Ven∴ e a esposa à direita, nos degraus do Trono).
VEN∴ – IIr∴ 1º e 2º VVig∴, solicitai aos Obreiros das vossas Colunas, como eu o faço no Oriente, que se unam a nós para reconhecermos como esposos legitimamente consagrados o nosso Irmão … … … e a cara cunhada … … … e aplaudirmos a Consagração Maçónica da sua união.
1º VIG∴ – IIr∴ que decorais a Coluna do Norte eu vos convido da parte do Ven∴ Mestre, a que nos unamos a ele para reconhecermos como esposos legitimamente consagrados o nosso Irmão … … … e a cara cunhada … … … e aplaudirmos a Consagração Maçónica da sua união.
2º VIG∴ – IIr∴ que abrilhantais a Coluna do Sul, eu vos convido da parte do Ven∴ Mestre, a que nos unamos a ele para reconhecermos como esposos legitimamente consagrados o nosso Irmão… … … e a cara cunhada … … … e aplaudirmos a Consagração Maçónica da sua união.
VEN∴ – A mim, meus IIr∴ e minhas caríssimas cunhadas, pela bateria de quatro golpes.
(Todos os assistentes aplaudem. A coluna de harmonia executa um número adequado).
VEN∴ – ()
1º VIG∴ – ()
2º VIG∴ – ()
VEN∴ – Sentemo-nos.
(Os esposos voltam aos seus lugares).
VEN∴ – Vamos encerrar a cerimónia desta noite.
Senhoras e Senhores: Em nome de nossa Loja Maçônica, eu vos dou o testemunho da nossa gratidão, pela vossa presença nos nossos trabalhos. Qualquer que seja a impressão que leveis deste recinto, vos asseguro que procedemos com a maior franqueza e sinceridade.
A Maçonaria sempre se rejubila, quando proporciona motivos de cultura espiritual. É um dos seus princípios cardeais a prevalência do espírito sobre a matéria. Para nós, o progresso técnico vale muito, mas vale mais ainda o progresso moral.
Na base do progresso moral da humanidade, coloquemos a família bem constituída, ungida de espiritualidade e de amor. A maior felicidade existente na face da terra é, sem dúvida, a sombra de um lar feliz.
Queridos esposos, jamais deixeis extinguir-se na vossa memória os ecos desta consagração.
Ide tranquilos! Pedistes a Deus a bênção para a jornada e Ele vo-la concedeu, porque a trazeis nos vossos corações plenos de fé, ingénua e pura: Jesus, o Grande Iniciado, já dissera: – “Tudo o que pedirdes com Fé, alcançareis”.
Sede, mais uma vez, felizes! Podeis contar sempre, com a solidariedade da nossa Instituição!
(Pausa).
Concedo a palavra aos Irmão Orador sobre o acto.
(O Orador faz breve alocução sobre o acto).
VEN∴ – Vamos fechar o Livro da Lei. Em pé! Agradeçamos ao Gr∴ Arq∴ do Univ∴, tudo quanto nos concedeu nesta noite. Ir∴ M∴ de CCer∴, procedei conforme os nossos usos.
(O M∴ de CCer∴ conduz o Ir∴ Orador ao Altar dos JJur∴.O Ir∴ Orador fecha o Livro da Lei e volta ao seu lugar acompanhando o M∴ de CCer∴).
VEN∴ – IIr∴ VVig∴, anunciai nas vossas Colunas, como anuncio no Oriente, que vamos encerrar o Templo da Consagração Maçónica.
1º VIG∴ – IIr∴ da Coluna do Norte, eu vos anuncio por ordem do Ven∴ Mestre que vamos encerrar o Templo da Consagração Maçónica.
2º VIG∴ – IIr∴ da Coluna do Sul, eu vos anuncio por ordem do Ven∴ Mestre que vamos encerrar o Templo da Consagração Maçónica.
VEN∴ – IIr∴ VVig∴, anunciai nas vossas Colunas, como eu anuncio no Oriente, que o distinto casal que recebeu a Consagração, se vai retirar, precedido pelo M∴ de CCer∴ , e seguido dos seus padrinhos, para o vestíbulo do Templo, onde receberá os cumprimentos.
1º VIG∴ – IIr∴ que decorais a Coluna do Norte, eu vos anuncio da parte do Ven∴ Mestre, que o distinto casal que recebeu a Consagração, vai retirar-se para o vestíbulo do Templo, onde receberá os cumprimentos.
2º VIG∴ – IIr∴ que abrilhantais a Coluna do Sul, eu vos anuncio da parte do Ven∴ Mestre, que o distinto casal que recebeu a Consagração, vai retirar-se para o vestíbulo do Templo, onde receberá os cumprimentos.
VEN∴ – Atenção! ( ) – Vão sair os cônjuges, seguidos dos seus padrinhos. Abóbada de aço formada! Atenção, coluna de harmonia.
(Os cônjuges, sob uma chuva de pétalas, saem, debaixo da abóbada de aço. Ouve-se a Marcha Nupcial).
VEN∴ – Atenção! () – Desfazei a abóbada de aço.
Vão sair os parentes do casal e os seus amigos. (Saem).
VEN∴ – Atenção! () – Vão sair as deputações de Lojas. (Saem)
VEN∴ – Atenção! () – Vão sair as Dignidades da Ordem (Saem).
VEN∴ – Atenção – () – O Templo vai ser fechado. Retiremo-nos em paz e em alegria.
OBSERVAÇÃO: – A Loja oferecerá aos cônjuges, Irmãos e convidados, uma ceia, sem as formalidades do Rito, na Sala dos Passos Perdidos ou noutro local. Na ceia, a palavra é franqueada a quantos queiram usá-la.
Fim do Cerimonial

Ao fim da Solenidade, o Irmão Secretário lavrará a Ata em um livro próprio, de forma objetiva e respeitosa, com espaço para assinatura do casal, da diretoria, das autoridades maçônicas e dos padrinhos. Uma cópia assinada pelas cinco Luzes da Loja será entregue ao casal.
A ata é mais que um simples registro: é a memória eterna da cerimônia que eleva o espírito. Ao relê-la, o casal reviverá aquele instante em que suas almas tocaram o infinito, celebrando o sagrado laço do matrimônio com emoção e reverência.
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Assim se conduz o cerimonial do Reconhecimento Conjugal – um ato que consagra, em nome da Fraternidade e da Luz, a beleza do amor duradouro.
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