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Grau 33 da Maçonaria – Soberano Grande Inspetor Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)

Recordamos aos Irmãos, bem como aos profanos interessados, que qualquer estudo sobre Maçonaria dirigido ao público externo deve conter somente informações de caráter geral — aquelas que já se encontram nos livros introdutórios de história, simbologia e filosofia maçônica. Os ensinamentos considerados reservados, transmitidos exclusivamente em Loja e nos momentos apropriados, permanecem restritos aos Iniciados da Ordem.

Portanto, tudo o que será exposto aqui está rigorosamente dentro dos limites do sigilo maçônico e tem como propósito maior promover o aperfeiçoamento ético, intelectual e espiritual daqueles que desejam beber dessa fonte de Luz que é a nossa Sublime Ordem Maçônica.

Introdução

Na imensidão do edifício simbólico do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Grau 33 representa o zênite da hierarquia maçônica, onde a luz da sabedoria, da justiça e da consciência cósmica brilha com maior intensidade. Não é apenas mais um título, mas uma consagração de vida, de conduta e de dedicação ao serviço da Humanidade, da Pátria e da Ordem.

Ser elevado ao Grau 33 – Soberano Grande Inspetor Geral da Ordem – é ingressar no Sacro Colégio, corpo supremo que vela pela integridade doutrinária e espiritual da Maçonaria Escocesa, e que representa a culminância de um percurso de autoaperfeiçoamento. Este grau não é conferido como honra pessoal, mas como missão sagrada para aqueles que provaram, com virtude e retidão, sua fidelidade ao Ideal Maçônico.

Este artigo aprofunda-se nos fundamentos simbólicos, filosóficos, históricos e ritualísticos deste grau supremo. Que este estudo ilumine o caminho dos buscadores sinceros e contribua para a perpetuação do espírito da verdadeira Iniciação.

Origem e Significado do Grau 33

O Supremo Conselho do Grau 33 foi instituído em 1801, em Charleston, nos Estados Unidos, com o objetivo de centralizar a autoridade do Rito, proteger sua doutrina e guiar seus destinos com sabedoria e firmeza.

O surgimento desse grau corresponde à maturação da Maçonaria no século XIX, quando os altos graus exigiam uma direção organizada, que reunisse Irmãos experientes, disciplinados e comprometidos com a preservação da Tradição. Desde então, o Supremo Conselho se tornou o guardião da ortodoxia escocesa, e o Grau 33, seu selo de legitimidade.

O número 33 carrega um simbolismo poderoso e profundo. Representa os 33 anos de vida de Cristo, que simbolizam o sacrifício supremo e a sabedoria plena realizada. Também se conecta às 33 vértebras da coluna vertebral humana, por onde a energia espiritual sobe, guiando o caminho da iluminação. Esse número revela a missão cumprida, a consciência despertada e a entrega total ao bem coletivo.

Dentro do Rito, os 32 graus anteriores formam uma escada de aperfeiçoamento constante. O Grau 33 assume o papel de consagração, dando um novo sentido à jornada. Quem o recebe assume a responsabilidade de manter viva a chama da Ordem, zelar pela justiça, proteger a liberdade de consciência e agir com fidelidade aos princípios que sustentam o edifício maçônico.

Esse grau representa um ponto alto, onde o iniciado se torna um guardião dos valores mais elevados, traduzindo em atitudes o compromisso com a fraternidade, a verdade e o serviço à humanidade. A caminhada continua, agora com uma missão clara: irradiar luz e fortalecer a Ordem, sempre fiel ao legado recebido.

O Templo do Supremo Conselho

O Templo é armado em vermelho, com franjas de ouro. Pintados nas paredes encontram-se esqueletos, crânios e tíbias cruzadas. No Oriente, elevado sobre cinco degraus, está o Trono do Soberano Grande Comendador, recoberto de cetim vermelho, e por cima, um dossel, sob o qual há um transparente com um triângulo radiante de vértice voltado para baixo, no centro do qual resplandece o IOD.

À direita do trono, sobre a mesa, encontram-se a Coroa Imperial, o Cetro e a Espada Flamígera.

Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito, em São Cristóvão/RJ – Casa Mãe do REAA no Brasil

No centro da sala está o Altar dos Juramentos, de forma quadrangular, coberto de carmesim, sobre o qual repousam o Livro Sagrado aberto com uma espada nua posta de través, as Grandes Constituições do Rito e os Estatutos do Supremo Conselho.

Ao Norte, há um esqueleto humano em pé sobre um pedestal de pedra de forma cúbica, segurando um punhal com a mão direita e com a esquerda empunhando o Estandarte da Ordem.

No Ocidente, encontra-se um segundo trono, elevado sobre três degraus, com um altar triangular recoberto de carmesim com franjas douradas, ocupado pelo Lugar-Tenente Comendador.

Na parte interna da porta do Conselho, em letras douradas, encontra-se a inscrição: DEUS MEUMQUE JUS; e do lado externo: ORDO AB CHAO.

A sala é iluminada por onze luzes:

  • No Oriente, um candelabro de cinco luzes;
  • No Ocidente, um de três luzes;
  • Ao Norte, um candelabro de uma luz;
  • Ao Sul, um de duas luzes.

O pavimento é pintado de vermelho e branco. Ao longo da cornija, há tantas estrelas quantos forem os Supremos Conselhos existentes.

O Soberano Grande Comendador, que é o Chefe Supremo do Rito Escocês Antigo e Aceito, representa Frederico I, Rei da Prússia. Está revestido de uma túnica de cetim carmesim, bordada e debruada de branco. Usa uma coroa real e empunha uma espada nua com a mão direita. O único Vigilante representa Luís de Bourbon, príncipe da família real francesa e colaborador de Frederico na reforma do Rito de Heredom, que deu origem ao Rito Escocês Antigo e Aceito. No Conselho, tem o título de Lugar-Tenente Comendador.

Vestes, Insígnias e Dignidade

  • Traje: negro, tipo smoking ou terno preto, com luvas brancas.
  • Cordão: orlado de ouro, do qual pende a Jóia.
  • Cruz Teutônica: em esmalte vermelho, colocada sobre o peito, do lado esquerdo.
  • Medalha da Ordem: estrela de nove pontas, de prata, formada por três triângulos entrelaçados em ouro, atravessados por uma espada.
  • Anel: tríplice, de ouro, com a inscrição interna: Deus Meumque Jus.
  • Escudo: em esmalte azul, com uma águia semelhante à do Estandarte, tendo à direita uma balança de ouro e à esquerda o esquadro e compasso entrelaçados. O escudo é debruado de azul e traz a inscrição ORDO AB CHAO em letras de ouro, circundado por duas serpentes que mordem a própria cauda, matizadas de ouro, ladeadas por nove pequenos triângulos púrpura, contendo as iniciais: S·A·P·I·E·N·C·I·A.

O Selo do Supremo Conselho contém uma águia bicéfala com a coroa real da Prússia, realçada por uma auréola de ouro, tendo ao centro o número 33. Abaixo da águia, em meia-lua, há 33 estrelas de ouro, e ao redor a inscrição:
“Supremo Conselho dos 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito”.

  • Membros Efetivos do Supremo Conselho portam uma faixa branca em cinto, franjada de ouro, pendente à esquerda.
  • Soberanos Grandes Inspetores Gerais usam um gorro nas mesmas cores da faixa, com a Cruz de Lorena na frente.
  • O colar do Soberano Grande Comendador é uma corrente cujos elos são as joias dos 32 graus anteriores, pendendo do ângulo anterior a joia do Grau 33.

É privativo do Soberano Grande Comendador o uso da Cruz Pontifícia, e dos Soberanos Grandes Inspetores Gerais, o uso da Cruz de Lorena.

Fita

Fita branca, achamalotada, orlada de ouro e guarnecida com franjas douradas. Na frente, um delta radiante atravessado por uma espada, tendo ao centro o algarismo 33 em vermelho. Abaixo, uma roseta nas cores branco, azul, verde e amarelo, da qual pende a Jóia.

Usa-se a tiracolo, da esquerda para a direita.

Jóia

A Jóia consiste numa águia negra de duas cabeças coroadas, com asas abertas, segurando nas garras uma espada reta, com o punho voltado para o lado direito. Abaixo, um cordão com 33 elos, com a inscrição:“Deus Meumque Jus”

A Iniciação no Grau 33 e as Quatro Viagens Sagradas

O rito de iniciação no Grau 33 é, por si, uma síntese da experiência iniciática integral do Maçom.

Diferentemente dos graus anteriores, que instruem por símbolos, lendas e alegorias, o Grau 33 imprime no Iniciado a consciência de sua missão universal, através de quatro grandes viagens simbólicas, que representam os quatro eixos da existência maçônica madura: o divino, o institucional, o nacional e o humano. Cada uma dessas etapas é feita com o corpo em movimento ritual e o espírito em contemplação. Elas representam, de fato, circunvoluções do espírito em torno dos pilares do Ser Iniciado.

1. A Primeira Viagem (Ao Grande Arquiteto do Universo)

(Cinco voltas ao redor do Templo)

Esta viagem representa o eixo vertical da vida espiritual do Maçom, aquele que o conecta com o Transcendente. É o momento em que se retoma o centro absoluto da Maçonaria: a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma.

A cada volta ao redor do Templo, o Iniciado ouve ensinamentos que sintetizam a filosofia escocesa:

  • A Maçonaria não possui dogmas, mas sustenta princípios doutrinários universais, especialmente a fé no G∴A∴D∴U∴ e a certeza de que a alma humana transcende a matéria.
  • O G∴A∴D∴U∴ não é descrito nem limitado por atributos humanos. Cada Irmão tem liberdade de compreendê-Lo conforme sua razão, sua fé e sua consciência. É nesse ponto que se aplica a divisa do Supremo Conselho: “Deus Meumque Jus” — uma afirmação da liberdade espiritual e da dignidade interior.
  • O Maçom do Grau 33 aprende que a Verdade não tem fronteiras, e que o erro deve ser combatido com Tolerância e não com fanatismo.

Esta primeira viagem é uma ascese — uma elevação da alma que o afasta dos conceitos meramente religiosos e o introduz na espiritualidade pura, universal, sem dogmas, sem sectarismos. A Maçonaria torna-se, então, um templo cósmico, e o Iniciado, um sacerdote da Sabedoria Eterna.

Ao final das cinco voltas, o Iniciado é interpelado:

“Prometeis esforçar-vos com a máxima energia para cumprir os deveres inerentes a esses ensinamentos?”

E sua resposta, se sincera, será o primeiro selo da Iniciação verdadeira.

2. A Segunda Viagem (À Ordem)

(Três voltas ao redor do Templo)

Após contemplar a primeira viagem, o Iniciado é chamado a refletir sobre sua relação com a própria Ordem. Se a primeira viagem é mística, esta segunda é institucional e fraternal.

A Maçonaria é um corpo vivo, com história, estrutura e finalidade. O Maçom do Grau 33 não pode ser apenas um contemplativo. Ele é agora um dirigente moral da Ordem — e por isso, deve viver como tal.

A cada uma das três voltas, o Soberano Grande Comendador entrega um ensinamento:

  • Na primeira volta, reforça-se a necessidade de espalhar os princípios do Rito Escocês, pela palavra e pelo exemplo. Ser Maçom fora do Templo é viver os ensinamentos dentro da sociedade. É honrar o nome da Maçonaria nas relações humanas.
  • Na segunda volta, o candidato é lembrado de que o interesse pessoal deve estar sempre abaixo do bem da Ordem. Que o espírito de equipe, a lealdade à maioria e a obediência às leis internas são condições inegociáveis para a saúde institucional.
    A Maçonaria não é lugar de vaidades, ambições ou personalismos — mas um campo sagrado de serviço.
  • Na terceira volta, o Iniciado é novamente instado a jurar que viverá segundo esses princípios, tornando-se coluna sólida e modelo de retidão dentro da Ordem.

Esta segunda viagem serve para purificar o ego do Iniciado, ensinar-lhe a humildade e prepará-lo para o cargo de liderança sem tirania. Quem está no Grau 33 não se serve da Maçonaria: serve-a.

3. A Terceira Viagem (À Pátria)

(Uma única volta ao redor do Templo)

A terceira viagem é curta — apenas uma volta. Mas seu simbolismo é profundo: a Pátria é uma só, indivisível e sagrada.

Aqui, o Maçom é lembrado de seu papel como cidadão consciente, ético, atuante. O patriotismo ensiando no Grau 33 não consistem em adotar bandeiras políticas ou ideologias profanas, mas sim, defender os princípios de Justiça, Liberdade e Ordem com fidelidade à consciência nacional.

O Soberano ensina:

  • O Maçom deve estar pronto a dar sua vida em defesa da honra e da soberania de sua Nação.
  • Não deve mentir ao povo, nem buscar a popularidade em detrimento da verdade.
  • A verdadeira lealdade à Pátria exige esclarecimento, educação, combate à ignorância e à corrupção.

E, por fim:

“Tende sempre, tanto os tiranos quanto os demagogos, na qualidade de seres nefastos à liberdade nacional.”

O Grau 33 forma centuriões da Cidadania, homens que compreendem que a liberdade é construída na verdade, e que o silêncio diante da injustiça é cumplicidade.

A promessa feita nesta viagem é de dedicação total à pátria, sem fanatismo, mas com lucidez.

4. A Quarta Viagem (À Humanidade)

(Duas voltas ao redor do Templo)

A última viagem é o ápice moral da Iniciação. Ela representa a dimensão universal da Missão Maçônica.

As duas voltas não são por acaso, elas representam as circumambulações sagradas em torno do ideal mais sublime da Maçonaria: o serviço desinteressado à Humanidade.

Na primeira volta, o Soberano exorta:

  • Trabalhai em benefício da Humanidade, sem distinção de raça, classe ou origem.
  • Instruí os homens em seus deveres e direitos, com amor e sem arrogância.
  • Combatei a corrupção com firmeza, mas sem ódio.
  • Valorizai o trabalho honesto, e não vos envergonheis de nenhuma ocupação digna.

Na segunda volta, a exortação finaliza:

  • Desenvolvei o bem latente nos homens.
  • Mantende viva no coração humano a chama da honra, da liberdade, da independência e do patriotismo.
  • Fazei com que a consciência pública retome o senso de justiça e dignidade.

O ensinamento que segue é um dos mais profundos do Rito:

“O mundo, meu Irmão, honrou os seus benfeitores algumas vezes… quase sempre, porém, os ultraja e persegue.
É a História que profere, afinal, o seu aresto – quando descemos ao túmulo.”

O Maçom faz, faz por Amor. Se for reconhecido, amém. Se for esquecido, também amém. Sua recompensa está na consciência tranquila e no bem que semeou.

A Taça do Sacrifício

Ao final das quatro viagens, o candidato é chamado a beber da Taça do Sacrifício.

Ao segurar a taça, ele afirma em voz alta:

“Se a liberdade de consciência for ameaçada; se o bem e a segurança da Ordem o exigirem; se a salvação da Pátria ou o bem da Humanidade o impuserem… bebo desta Taça.”

E complementa:

“Que o seu conteúdo seja fatal, como a cicuta para Sócrates, se eu trair a honra ou desprezar minhas obrigações.”

Este é o ponto sem retorno. O Maçom que bebe da Taça aceita a vida de sacrifício e missão, sem aplausos, sem garantias, sem vaidade.

O Juramento e a Sagração

No auge da cerimônia de elevação ao Grau 33, diante do Grande Arquiteto do Universo e sob o olhar atento dos Soberanos Grandes Inspetores-Gerais reunidos em augusto consistório, o recipiendário assume um voto que o liga para sempre à defesa da Verdade, da Ordem e da Pátria.

Com firmeza de espírito e pureza de intenção, profere:

“Em presença do Grande Arquiteto do Universo e do Soberano Grande Inspetor-Geral aqui reunidos, por minha lealdade de homem de bem, juro e prometo:

Guardar, sustentar, conservar e defender as leis supremas e as condições do Rito Escocês Antigo e Aceito, utilizando sempre os meios legais previstos.

Comprometo-me a cumprir com exatidão todos os deveres que este Supremo Grau exige, bem como todos os encargos estabelecidos pelo Soberano Supremo Conselho XYZ, agindo sempre com retidão, isenção e espírito de justiça, sem ceder a interesses pessoais ou conveniências.

Prometo jamais favorecer a conveniência em detrimento do direito, jamais ocultar a verdade sob o véu da ilusão, jamais desviar-se da linha reta por atalhos que corrompem a consciência.

Honrarei e amarei minha Pátria com dedicação plena.”

O Soberano Grão Comendador dirige-se aos recipiendários:

— Meus Irmãos, se concordais com esta fórmula, respondei com voz firme:

“Eu juro.”

Os recipiendários respondem, em uníssono:

“Eu juro.”

Todos os presentes dizem:

“Amém.”

Neste momento, desfaz-se o pálio. Os Grãos Inspetores-Gerais retornam a seus assentos, e a Ordem se recompõe em silêncio reverente.

O Compromisso sobre os Pavilhões

O Soberano Grão Comendador volta-se aos recipiendários e proclama:

“É mister, agora, meus Irmãos, completar o Juramento, assumindo o compromisso de lealdade diante dos pavilhões sagrados da Ordem e da Pátria.”

O Grão Porta-Estandarte avança, conduzindo o estandarte da Ordem até o Soberano Grão Comendador. Este segura firmemente sua haste e, com gesto solene, estende a espada sobre o estandarte.

O recipiendário aproxima-se e coloca a mão direita sobre a lâmina, proferindo:

“Juro e prometo ser fiel ao estandarte da Ordem. Sustentá-lo-ei e o defenderei com todas as forças que possuo.
Aplicarei meu espírito e minhas ações à grande causa da Liberdade Humana.
Morrerei, se assim for exigido, para preservar este estandarte da desonra.”

O Soberano Grão Comendador dirige-se aos demais recipiendários:

— Fazeis o mesmo juramento?

Todos respondem com firmeza e convicção:

“Nós juramos!”

O Porta-Estandarte recolhe o estandarte da Ordem. Em seguida, traz o Pavilhão Nacional — a Bandeira do Brasil — até o Soberano Grão Comendador. Este repete o gesto: estende a espada sobre o tecido sagrado.

O recipiendário coloca a mão direita sobre a lâmina e lê, com voz emocionada:

“Juro e prometo ser sempre fiel ao País a que devo obediência.
Na paz ou na guerra, servirei com firmeza e constância.
Considerarei a honra e a independência da Pátria como bens mais preciosos do que a própria vida.
Em defesa deste sagrado Pavilhão, estarei pronto a encarar a morte como nobre recompensa.”

Administração do Supremo Conselho

A administração do Supremo Conselho, que compõe o Sacro Colégio ou Santo Império, estrutura de governo do R.E.A.A., formado por Maçons que atingiram o ápice de sua jornada espiritual e moral.

Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito, em São Cristóvão/RJ – Casa Mãe do REAA no Brasil

A administração do Supremo Conselho é composta por

  • Soberano Grande Comendador
  • Lugar-Tenente Comendador
  • Grande Ministro de Estado
  • Grande Secretário do Santo Império
  • Grande Chanceler do Santo Império
  • Grande Tesoureiro do Santo Império
  • Grande Delegado das Relações Exteriores
  • Grande Hospitaleiro
  • Grande Capitão das Guardas
  • Grande Mestre de Cerimônias
  • Grande Porta-Estandarte
  • Grande Porta-Espada
  • Grande Arquiteto
  • Grande Cobridor

Para auxiliar a administração do Sacro Colégio, existem três comissões, cada uma composta de três membros:

  • Legislação e Justiça
  • Elevação de Grau
  • Finanças e Solidariedade Maçônica

É responsabilidade do Sacro Colégio ou Santo Império, velar pela ortodoxia, disciplina, expansão e pureza dos ensinamentos da Maçonaria Escocesa em seu território.

Estandarte

O Estandarte é branco, prateado e debruado com franjas de ouro. Ao centro, uma águia bicéfala de asas abertas, com bico e pés dourados, segurando nas garras uma espada antiga guarnecida de ouro, posta na vertical, da direita para a esquerda. Pendente, encontra-se a inscrição da divisa: DEUS MEUMQUE JUS, em letras douradas.

A águia está coroada, sob uma auréola de ouro, em campo púrpura, com franjas douradas e estrelada em ouro. O Estandarte representa a pureza e a retidão da doutrina maçônica.

A águia de duas cabeças é símbolo da Soberania:

  • Uma cabeça representa a Ordem
  • A outra o Progresso

A espada representa o Poder e a Honra, armas que sustentam a divisa fundamental da Ordem: DEUS MEUMQUE JUS.

A Doutrinação Esotérica

A instrução dos novos Soberanos Inspetores Gerais aprofunda-se em uma doutrina de cunho esotérico e espiritualista:

  • O símbolo central do Conselho é o Nome Inefável de Deus, pois o grau trabalha à luz da Presença Divina.
  • Os esqueletos e crânios recordam a tragédia dos Templários e o martírio daqueles que morreram por defender a Verdade.
  • O simbolismo das luzes no Templo representa as forças da criação:
    • 5 luzes: religião natural, operações da natureza, coração como templo, vitória da luz e triunfo da Verdade.
    • 3 luzes: causa, meio e efeito.
    • 2 luzes: bem e mal.
    • 1 luz: a causa primeira.

A Fênix, presente sobre o trono, é o emblema da imortalidade da Verdade e da Justiça.

Os Sinais e Expressões Sagradas do Grau 33

A liturgia do Grau 33 carrega elementos rituais próprios, que só podem ser compreendidos em plenitude por aqueles que vivenciam a iniciação. Esses elementos — sinais, fórmulas e gestos — são transmitidos oralmente, sob juramento de sigilo, e revestem-se de alto valor simbólico.

Na cerimônia, gestos de reverência e cruzamento ritual expressam a submissão do ego à causa superior. A espada, instrumento de combate moral e justiça, é tocada com solenidade, simbolizando a consagração do pensamento, da palavra e da ação ao serviço da Verdade.

Entre os ecos do rito, ouve-se uma invocação em língua sagrada, extraída de antigas escrituras, que exalta a unicidade da força divina diante dos poderes do mundo. Essa expressão, pronunciada em voz firme e consciente, liga o Iniciado ao Verbo primordial e o conecta à egrégora daqueles que defenderam a Luz em todas as épocas.

A idade simbólica atribuída ao grau é expressa por um múltiplo do número sagrado, refletindo a maturidade espiritual do Iniciado. Ela representa o ciclo completo da ascensão, aludindo à coluna vertebral da Tradição, que conduz a consciência desde a base da matéria até os cumes da compreensão.

A sequência rítmica com que se celebram os trabalhos do Colégio também segue uma fórmula própria, reconhecível pelos Iniciados, cujas pulsações recordam eventos históricos ligados ao martírio e à fidelidade inabalável. Essa cadência ecoa como um tambor sagrado, unindo passado e presente em uma mesma vibração de memória e compromisso.

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Com essa publicação, finalizamos nossa série de publicações sobre os segredos e ensinamentos de todos os Graus do Sistema do Rito Escocês Antigo e Aceito. Esperamos que você tenha absorvido e aprendido um pouco mais sobre cada um dos Graus e isto tenha lhe estimulado a buscar cada vez mais conhecimento.

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